Voto impresso: Bolsonaro alegava fraude e pedia urna eletrônica em 1993; veja
Nos últimos meses o presidente
Jair Bolsonaro (sem partido) tem intensificado sua defesa pelo voto
impresso, chegando a ameaçar as
instituições democráticas ao dizer que "sem voto impresso, não teremos
eleição". No entanto, há 28 anos, o atual chefe do Executivo defendia
justamente o contrário: a informatização da Justiça Eleitoral.
Em 1993, quando exercia seu
primeiro mandato como deputado federal, Bolsonaro questionava o resultado das
urnas e falava na necessidade de implementar um sistema eletrônico nas
eleições. Em 21 de agosto daquele ano, o então parlamentar defendeu a
informatização durante um encontro de militares da reserva, no Rio de Janeiro.
“Esse Congresso está mais do que
podre. Estamos votando uma lei que não muda nada. Não querem informatizar as
apurações pelo TRE. Sabe o que vai acontecer? Os militares terão trinta mil
votos e só terão computados três mil", disse. O pronunciamento consta em
uma reportagem do Jornal do Brasil, assinada pela jornalista Daniella Sholl (
Veja abaixo).
Reprodução
Na semana passada, Bolsonaro fez sua maior investida em defesa do voto impresso. O mandatário convocou a imprensa e, em transmissão ao vivo, mostrou o que ele chama de "evidências" de que a eleição de 2018 teria sido alvo de fraude. Ele também tem feito constantes ataques ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Barroso.
Os argumentos de Bolsonaro são rebatidos pelo TSE. Segundo a Justiça Eleitoral, as urnas não têm conexão com a internet, o que inviabiliza que hackers tenham êxito ao tentarem acessar o sistema. PEC do voto impresso foi rejeitada pela comissão da Câmara por 23 votos a 11 na quinta-feira (5).
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