Em Mato Grosso, entidades do
setor produtivo formalizaram pedido a deputados nesta quarta-feira, 14, para
que a atual proposta de zoneamento socioeconômico e ecológico do estado seja
substituída. Segundo os representantes, o projeto inviabiliza a atividade
agropecuária em alguns municípios do estado.
O texto em discussão, apontam as
entidades, poderia comprometer 20% da atividade produtiva, 69% nas áreas de
pastagens com potencial agrícola e mais de 78% de projetos logísticos inseridos
em localidades de limitação ambiental.
De acordo com o presidente em
exercício da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato),
Marcos da Rosa, o projeto, que está em fase de audiência pública, pode afetar a
capacidade de mineração do estado e acarretar problemas de logística. “A
ferrovia Centro-Oeste, por exemplo, ficaria dentro de uma unidade de
conservação. Isso trás uma grande insegurança logística”, conta.
Rosa também critica a falta de
clareza sobre a origem de recursos para indenizar produtores no caso de áreas
que se tornarem unidades de conservação. “Não há recursos para manter as
atuais, imagine novas unidades de conservação”, diz.
O dirigente afirma que o
documento formalizado nesta quarta pede um novo estudo de zoneamento
“contratando uma empresa nacional de renome, que tenha capacidade técnica de
fazer o levantamento in loco”.
“Da forma como foi proposto, o zoneamento acaba prejudicando o desenvolvimento do estado”, diz o presidente do Fórum Agro MT, Itamar Canossa.
Para o vice-presidente da Fiemt,
Rafael Mason, o projeto não atende a nenhuma demanda do estado e prejudica
principalmente a atividade industrial e o desenvolvimento de novas regiões. “Impacta
diretamente nas áreas de manejo florestal, onde há produção sustentável. Nós já
temos 4 milhões de hectares de florestas manejadas no estado, e com isso vai
fazer uma trava em todas as regiões de Mato Grosso para o futuro”.
O vice-presidente da Aprosoja-MT,
Lucas Costa Beber, sustenta que o projeto é restritivo principalmente no
direito à propriedade. “Nós somos contra que venham intervenções sobre áreas
consolidadas ou em que o produtor despendeu seu trabalho por toda uma vida para
adquirir essas áreas”, disse.
Beber acredita que o governo
deveria apresentar uma proposta de como compensar o produtor, em caso de
mudança no zoneamento. “Para que ele não tenha nenhuma perda e nenhum prejuízo
em relação a isso”.
“Os parlamentares têm o entendimento de um novo zoneamento, entenderam que é necessário uma nova proposta e estão dispostos a fazer o que tiver de possibilidade nas mãos da Assembleia Legislativa para ajudar em um novo processo de zoneamento e entrar em entendimento com o governo para que seja feita uma nova proposta”, afirma Marcos da Rosa.
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