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Agro| Colheita está atrasada e menos da metade da segunda safra foi plantada em MT em janeiro, diz Imea

G1| Foto Assessoria

Os plantios das culturas de segunda safra estão bastante atrasados em Mato Grosso. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até sexta-feira (29), o milho ocupava pouco mais de 2% da área prevista de cultivo para este ano. No final de janeiro de 2020, o plantio do cereal já atingia quase 22%. Quanto ao algodão o atraso é ainda maior: este mês foram plantados quase 32% da safra de pluma. No mesmo período do ano passado, o cultivo já ocupava mais de 83%.

Até agora, menos de 5% da soja semeada no estado foi colhida e o trabalho é feito principalmente nas lavouras irrigadas. Em janeiro de 2020 a colheita atingia quase 27% da área total.

Se não fosse a estiagem que atingiu a região logo no início do plantio, entre setembro e outubro do ano passado, cerca de 40% da lavoura do produtor Loinir Gatto já teria sido toda colhida há pelo menos 15 dias. No entanto, houve atraso na hora de plantar justamente por causa da seca.

Agora, a colheita deve começar nesta semana.

O atraso desta safra surpreendeu Loinir, que tem 1600 hectares cultivados em Ipiranga do Norte.

“Os plantios atrasaram e, consequentemente a colheita também. Quisemos aproveitar a janela do milho. Por causa disso, houve uma grande concentração no momento do plantio. Eu, por exemplo, tenho 110 hectares de pivô, que plantei dia 16 de setembro e o restante, entre 1,5 mil hectares, foram plantadas entre 10 e 22 de outubro. Então, em 12 dias tem toda a área plantada. Isso aí vai ter uma concentração muito grande também na hora de colher”, afirma.

Já na fazenda em que Rafael Bueno é gerente, que fica em Primavera do Leste, no sudeste de Mato Grosso, a soja ocupa pouco mais de 9,3 mil hectares, entre a área irrigada e a não irrigada.

A colheita nas lavouras com irrigação já começou, mas no restante da propriedade, o trabalho será feito somente neste mês.

A mesma agilidade para o plantio será fundamental na colheita.

''Nós tivemos aqui turno de 24 horas, para conseguirmos plantar dentro da janela e não correr o risco de perder a janela do milho safrinha. Em contrapartida, a nossa colheita também chega junta, não tem um espaço na colheita. Isso faz com que tenhamos mais eficiência tanto na colheita, quanto para escoar esse grão", relata Rafael.

Na área já colhida, a produtividade média tem sido de 64 sacas por hectare. São quatro sacas a mais que o rendimento alcançado na safra passada e o grão já está vendido. A maior parte da produção foi negociada de forma antecipada.

"Boa parte da venda da safra aconteceu no ano anterior, por um preço de R$ 80 e R$ 85, que ainda era 20% acima do preço da safra anterior, que era R$ 70. Boa parte dos produtores garantiram o custo assim. Temos agora pra vender de 20 a 30% do montante produzido deste ano. Esperamos vender a R$ 140 e R$ 150.

No geral, a produtividade nas lavouras do estado deverá ser quase 3% menor na comparação com a safra passada. Segundo o Imea, deve ficar em pouco mais de 57 sacas por hectare . Em Sorriso, municipio que mais produz o grão no país, a queda pode ser ainda maior, conforme prevê o presidente do Sindicato Rural do município, Silvano Filipetto.

“As primeiras áreas estão sendo colhidas, que são as áreas de pivô. O pessoal tá reclamando de produtividades abaixo, de 5 a 10 sacas a menos que no ano passado, apesar de ter a irrigação. Então os primeiros talhões que forem plantados fora da área de pivô, cerca de 20 a 25% das áreas de sorriso e região vai ter dano, vai ter algum problema", explica Silvano.




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