Região| Prefeito Gustavo Melo assina convênio para construção de ciclovia em Alto Araguaia com mão de obra de reeducandos
Réulliner Rodrigues | Assecom AIA
O prefeito de Alto Araguaia,
Gustavo Melo (PSB), assinou na tarde da última sexta-feira (17) convênio para
construção de uma ciclovia no município sul mato-grossense, que prevê a
contratação remunerada de mão de obra dos reeducandos da cadeia pública local. O
projeto é desenvolvido por meio de parceria entre a Prefeitura, Poder
Judiciário e Fundação Nova Chance (FUNAC), órgão vinculado à Secretaria de
Justiça de Direitos Humanos (SEJUDH).
“Temos pensado Alto Araguaia para
o futuro. Uma parceria que vem modernizar nosso município e trazer mais
qualidade de vida para população. Aqui estamos desenvolvendo um projeto
pioneiro com uma via mais segura, qualificada, aliado à promoção do esporte,
saúde e lazer, ao passo que estaremos contribuindo com um projeto social colaborando
na reinserção do recuperando na sociedade”, destacou Gustavo Melo.
O prefeito ressaltou e
parabenizou ainda a atuação do juiz Adalto Quintino. “Após ter chegado em nosso
município, com apenas 30 dias já nos chamou para parcerias. Alto Araguaia
precisa de união, parcerias como estas que tragam desenvolvimento e benefícios
para comunidade”.
Com pouco mais de 3 km de
extensão, o projeto da ciclovia apresentado pelo chefe do executivo municipal
aos parceiros após diversas reuniões, será construído ao longo da Avenida
Carlos Hugueney (BR-364). Já encaminhado ao Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT), o gestor estará em reunião com o
superintende do órgão no Estado na próxima semana afim de discutir mais
detalhes.
Conforme explica o juiz da 2ª
Vara da Comarca do município, Dr Adalto Quintino da Silva, os recursos e
materiais para execução da obra serão provenientes de transações penais. A
iniciativa contará ainda com o envolvimento do Ministério Público Estadual
(MPE), Conselho Municipal de Segurança (CONSEG), Conselho da Comunidade e
sistema penitenciário local.
“É um sistema onde todos ganham.
A sociedade ganha, pois, terá uma obra feita pelo poder público com menor
gasto, visto a contratação de reeducandos trazer menor despesa, não há
necessidade da contratação de empresa, abertura de licitação. Há ainda questões
de saúde além de que o reeducando também é beneficiado, pois busca sua
socialização e será remunerado”, destaca Dr Adalto Quintino.
Ainda, de acordo com o magistrado,
não há data prevista para o início da obra. Quintino explica que após a
assinatura do convênio, o próximo passo para o projeto é a seleção dos
reeducandos que possuam perfil para o trabalho externo. “Não é algo aleatório.
É um trabalho do Poder Judiciário com o Ministério Público, com avaliação
psicológica, análise do que prevê a lei para que o recuperando possa ou não ser
autorizado”, finaliza.
Segundo a presidente da Fundação
Nova Chance, Dinalva Oriede da Silva, a contratação do trabalho dos reeducandos
gera uma economia de 70% na renda, tanto na empresa privada, órgão público ou
terceirizada. “Além disso, a contratação não vem contribuir apenas pela
remissão ou remuneração, colabora também para que o recuperando, quando saia
para liberdade, esteja qualificado, responsável e além de colaborar para uma
sociedade mais justa”, afirma.
Prevista na Lei de Execução
Penal, a contratação remunerada de reeducandos prevê a isenção de encargos
trabalhistas a quem contrata a mão de obra, como isenção de férias, 13º salário
e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de outros impostos. Nos
órgãos públicos não há quantidade a ser seguida quanto ao número de
contratação. Já o setor privado pode optar por até 10% da mão de obra de
reeducando.
A FUNAC - Há 10 anos no Estado de
Mato Grosso, a fundação trabalha com a ressocialização do recuperando em regime
fechado, aberto, semi-aberto e condicional. Vinculado à Secretaria de Justiça e
Direitos Humanos (SEJUDH), autorizada pela Lei Complementar Estadual n.º 291,
de 26 de dezembro de 2007, a Funac possui autonomia em trabalhar com
ressocialização de homens e mulheres do Sistema Penitenciário no fornecimento
de mão de obra qualificada nos órgãos públicos e privados.
Nenhum comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.