Com informações do G1
O valor da arroba do boi gordo
nos últimos meses foi o centro das atenções no mercado da carne. A alta nos
preços no fim de 2019, chegando a R$ 200 em algumas praças de Mato Grosso,
animou muitos pecuaristas que conseguiram fechar bons negócios. Mas isso não
durou muito. O ano começou com a queda da arromba que, em média, está cotada em
R$ 70 no estado.
Os frigoríficos devem reduzir
ainda mais o valor ofertado aos pecuaristas, já que os mercados internacionais
também estão revendo as compras.
Para a Associação de Criadores de
Mato Grosso o momento já era esperado.
“Temos um menor consumo interno.
Passado as festas de fim de ano, naturalmente o mês de janeiro já tem uma
diminuição do consumo interno. Mais de 80% da nossa carne é consumido no
mercado interno, então tende a diminuir a demanda e, consequentemente, a oferta
diminui também”, explicou a diretora executiva da Acrimat, Daniella Bueno.
Um dos fatores que contribuíram
para a valorização da carne brasileira foram as exportações. Em 2019, Mato
Grosso comercializou para outros países quase 430 mil toneladas em equivalente
a carcaça. Um aumento de mais de 20% com relação a 2018.
A China foi o país foi o
principal comprador da carne brasileira, com mais de 93 mil toneladas.
De acordo com as indústrias, os
embarques de carne bovina para os chineses nesse primeiro semestre devem cair
pela metade em relação ao semestre anterior.
“A grande maioria das empresas
chinesas pediram reajustes, descontos, volumes menores. A preocupação agora é
que os novos preços que a China oferece não são preços que condizem com a atual
arroba do boi”, disse o presidente do Sindicato das Indústria e Frigoríficos de
Mato Grosso (Sindifrigo), Paulo Bellincanta.
Para o sindicato os preços pagos
pelo boi também estão altos frente aos valores do produto no mercado final.
De acordo com Paulo, o quilo
chegou a sete dólares, enquanto o mercado normal para a China seria em torno de
$ 5,8. Agora, por causa das negociações e a quantidade de produtos que chegou
na China, está se falando em $ 4,5, coisa que seria impossível ser praticado
pelo mercado brasileiro, conforme avaliação do presidente.
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