Alto Taquari| Prefeito alvo de investigação entra com ação contra o promotor
Foto: Ascom |
A defesa do prefeito afastado
Fábio Garbugio ( PDT ), pediu a Vara
Única de Alto Taquari a suspeição do promotor de justiça, João Ribeiro Mota,
que instaurou o processo que o levou a ser afastado das suas funções como
prefeito.
O pedido chega ao Fórum no
momento em que o Ministério Público instaurou vários procedimentos
investigativos em desfavor de Fábio Garbugio, da primeira dama e de alguns servidores
comissionados.
Segundo levantamento, este é o
segundo pedido de suspeição protocolado pela defesa de Fábio.
A Justiça determinou o
afastamento do prefeito Fábio Mauri Garbúgio (PDT) no dia 09 de julho, ele é suspeito de
improbidade administrativa por cobrar propina no valor R$ 17 mil de um
fazendeiro. Em troca, ele liberaria um caminhão com produtos agrícolas que
estava saindo da propriedade rural.
Os advogados de Fábio Garbugio,
alegam que o promotor vem agindo de forma parcial, “é perfeitamente cabível a
aplicação da suspeição ao membro do Ministério Público, o que tem ocorrido no
caso em apreço, pois o Promotor de Justiça nesta comarca tem sido totalmente
parcial e arbitrário, conforme será demonstrado adiante.”
Ainda de acordo com o documento,
os advogados de defesa alegam que o promotor vem agindo de forma a prejudicar
os comerciantes locais, e por supostamente nutrir uma amizade com o irmão
do vice-prefeito, teria motivos
para querer investigar o seu cliente.
O Ministério Público
Por outro lado, o Ministério
Público contra argumenta as alegações da defesa de Garbugio, solicitando que
seja negado o pedido de suspeição, alegando que “a parte se utiliza deste
expediente para desabafar e lamuriar sobre fatos gerais, inclusive sobre
aspectos da vida pessoal deste, também cidadão, enquanto atuante nessa
comarca.”
Referente à suposta amizade com o
irmão do vice-prefeito, o Ministério Público ressalta que “atua com a máxima
parcimônia, tem vida social restrita, justamente para não haver qualquer sombra
de dúvida de sua conduta ou envolvimento com qualquer pessoa nessa comunidade.
Sabe-se que nessas pequenas cidades tudo é motivo de comentários e, às vezes,
de críticas, que este Promotor de Justiça, e mesmo cidadão, procura evitar.”
O MPE revela nos autos que até a
data do dia 08 de Agosto de 2019, o prefeito afastado Fábio Garbugio e
município possuem 173 procedimentos investigativos. Todos com base nas
denúncias feitas pela população, uma vez
que a mesma tem recorrido ao Òrgão
Ministerial para fazer o papel que é de
sua alçada, o de fiscalização.
“É uma pena que o Município e,
consequentemente seu gestor, sejam os mais investigados e demandados na
Promotoria de Justiça de Alto Taquari. De um universo de 173 Procedimentos,
seja Notícia de Fato, Procedimento Administrativo, Inquérito Civil e
Procedimento de Investigação Criminal, ora um, ora outro, ora juntos respondem
a um total de 95 (pesquisas SIMP).”
Após responder cada alegação da
defesa, o Ministério Público fez questão de lembrar ao juiz desta comarca que
além de advogados de Garbugio, os defensores ( palavra utilizada pelo MPE), perderam a “boquinha” assim que o gestor foi
afastado, pois eram “assessores Jurídicos” da prefeitura.
“Enfim, fica até desagradável
responder aos apontamentos trazidos pelos defensores do excipiente, eis que
apenas demonstram descontentamento com a situação jurídica de seu cliente,
demonstrando desespero e falta de compostura étco-jurídica. Querem a todo custo
reverter o decidido judicialmente. Em suma, perderam a “boquinha.” Ambos eram
contratados como “Assessores Jurídicos”, um expresso, o outro disfarçado, no
cargo de Coordenadora de Indústria e Comércio.”
Antes de concluir sua
contestação, o MPE citou o caso do Controlador Interno do município que está
afastado judicialmente por improbidade e ressaltou que “o Município não dispõe
de ouvidoria ou outros órgãos que possam desempenhar esse papel. Dessa forma, o
Ministério Público é a opção que todos os cidadãos têm para reclamar, inclusive
os servidores públicos.”
“E diga-se, mesmo de passagem, o
mérito não é só do Promotor de Justiça, mas do Juiz, dos Policiais Civis e
Militares, dos Fiscais Sanitários e de muitos outros servidores públicos que buscam
e preservam o bem comum.” Finaliza os autos pedindo que o pedido nem seja
recebido, se o for, seja julgada totalmente improcedente.
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