Brasil| Homicídios aumentam 24% em 10 anos em MT e maioria dos crimes foi cometida com arma de fogo, diz Atlas da Violência
Com informações do G1
O número de assassinatos em Mato Grosso
aumentou 24% em dez anos, entre 2007 e 2017, segundo dados do Altas da
Violência, divulgado nesta quarta-feira (5). O levantamento é feito pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBS), com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade,
do Ministério da Saúde.
Ao todo, em 2017 foram registrados
1.102 homicídios no estado e, na década levantada anteriormente, de 2006 a
2016, que corresponde a um aumento de 13,8%. Em 2016, 1.180 pessoas foram
assassinadas no estado.
Os dados revelam um aumento da
violência em todo país. Entretanto, nos estados do Norte e do Nordeste os
índices são alarmantes.
Mortes de jovens
De acordo com o levantamento, em 2017,
35.783 jovens foram assassinados no Brasil. Esse número representa uma taxa de
69,9 homicídios para cada 100 mil jovens no país. A taxa é a maior dos últimos
dez anos.
Os dados nacionais consideram que os
homicídios foram a causa de 51,8% dos óbitos de jovens de 15 a 19 anos; de
49,4% para pessoas de 20 a 24; e de 38,6% das mortes de jovens de 25 a 29 anos.
Em Mato Grosso, os dados apontam que,
em 2017, 432 jovens, com idade entre 15 e 29 anos, foram mortos. Já em 2016,
esse número foi de 516 jovens, na mesma faixa etária.
Negros assassinados
O estudo também apresenta o número de
pessoas declaradas negras, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), que foram assassinadas.
Em Mato Grosso, a cada 100 mil
habitantes, 38,5 negros foram vítimas de homicídio. Em 2016 essa tava foi
maior, de 42,3 negros assassinados para cada 100 mil habitantes.
O alto índice de pessoas negras
assassinadas também é observada em nível nacional.
Os dados
De acordo com o Ipea, o levantamento,
ao destrinchar as informações e apresentar particularidades dos casos de
homicídios, visa contribuir para o desenvolvimentos de políticas de segurança
que, de forma preventiva, possa conter o aumento do número de mortes.
Inclusive, os números do Atlas são
maiores dos que os apresentados no Anuário da Violência, que também já foi
divulgado este ano, e que é elaborado com base nos dados apresentados pelas
secretarias de Segurança Pública dos estados.
Entretanto, a diferença entre os dados
é justificada pelo objetivo específico de cada registro. Segurança pública e
Saúde contam com metodologias distintas para contabilização das mortes, pois os
sistemas de informação servem a propósitos distintos.
Para o sistema de segurança pública e
justiça criminal importa saber se houve ou não um crime e tipificá-lo de acordo
com a categoria penal correta, ao passo que para a saúde importam as
informações de cunho epidemiológico relacionadas ao perfil da vítima e em que
contexto morreu.
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