Dia Mundial do Autismo| Conheça as características e aprenda mais sobre o Autismo
Jornal Correio do Brasil
Dificuldade para interação social, dificuldade com a linguagem e comportamento repetitivo e restritivo. Estas são as principais características de quem convive com o autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas em todo o mundo são autistas, com maior incidência no sexo masculino. As causas ainda não são determinadas, porém, estudos disponíveis apontam que diversos fatores tornam uma criança mais propensa a ter TEA, dentre os quais destacam-se fatores genéticos e ambientais.
A coordenadora da Saúde da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, Odília Brígido, explica que o termo espectro deve-se ao fato de envolver situações e apresentações que variam quanto a intensidade dos sintomas, numa graduação que vai da mais leve à mais grave. Para identificar o autismo é preciso que os profissionais responsáveis pelo cuidado, sejam profissionais, sejam pais e cuidadores, estejam atentos ao desenvolvimento da criança e, quando necessário, buscar atendimento médico especializado que pode ser psiquiatra e/ou neurologista, pediatra, esclarece.
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No caso de Samuel Rosa (nome fictício) de 8 anos, filho da funcionária pública Priscila Rosa (nome fictícia) não é necessário o uso de medicamento, mas ele tem acompanhamento com psicóloga e regularmente vai à neurologista. “Por esse motivo, acaba que a rotina dele é bem “leve” comparada com os demais autistas”, relata mãe.
Para ela, um dos maiores problemas hoje, é a falta de informação das pessoas sobre que muitas vezes, causa desconforto para socialização da criança. “Nesse momento nós temos um problema grande com relação a compreensão das outras crianças. A leitura que eles fazem dele é que ele não sabe brincar direito, que ele só se interessa por algumas coisas, que as vezes fura fila (quando normalmente ele nem notou que havia uma fila), que faz barulhos chatos, que não para de cantar”, explica a mãe.
A porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS) é a Atenção Básica. Portanto, é necessário procurar inicialmente o atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que devem realizar o acolhimento, o primeiro atendimento e encaminhar para os serviços especializados para auxiliarem no diagnóstico e tratamento, sempre que necessário.
Odília Brígido orienta que os pais observem sinais para relatar ao profissional de saúde. “Quando a família identifica algo diferente tem que procurar uma unidade de saúde. Por exemplo, têm crianças que não aceitam o toque da mãe, não aceitam ser beijadas, abraçadas e não fazem interação desde bebês. Não costumam olhar na hora de amamentar, por exemplo. São pouco reativas a sons ou reativas e sensíveis demais. Não costumam responder a estímulos, tem comportamento repetitivo como balançar a cabeça e balançar as mãos”.
A primeira pessoa a observar sinais do transtorno do Samuel foi da professora. “Ele chamou a atenção dela na escola quando ele tinha 2 anos. Então eu falo o seguinte: cada criança tem um ritmo, mas não existe criança muito distante dos marcos de desenvolvimento que estejam 100% saudáveis do ponto de vista neurológico, por isso, os responsáveis e professoras precisam estar atentas sim aos sinais”, conta ela.
Reabilitação pelo SUS
Por não se tratar de uma doença, o autismo não tem cura. Contudo, o SUS possui 218 Centros Especializados de Reabilitação em todo o país, com 189 serviços de reabilitação intelectual que podem atender autistas. “Geralmente como elas têm deficiência intelectual que vai ser mais notada em idade escolar, antes disso elas podem ser atendidas na rede para melhorar questões de linguagem, por exemplo. Quanto mais rápido vier a intervenção melhor. O desenvolvimento pode ser mais tranquilo e de forma mais completa”, assegura a coordenadora.
Na fase adulta, com a estimulação devida, o autista poderá progredir com a fala, a integração social, o autocuidado, a independência e, consequentemente, maior inclusão social e melhor qualidade de vida.
Pais e familiares também recebem orientações e atendimento psicológico para conviver com um autista e saber como ajuda-lo dia-a-dia. “O amor da família é muito importante para que ela tenha um desenvolvimento pleno”, destaca Odília.
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