Economia| Com nota 'C' por exceder gastos com pessoal, MT não pode mais emprestar dinheiro da União
Com informações do G1
Com a 6ª folha de pagamento mais
cara do país, Mato Grosso está com a Receita Corrente Líquida (RCL)
comprometida por gastar mais de 60% do orçamento em despesas com pessoal. Com
nota C no Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, divulgado na semana
passada pela Secretaria do Tesouro Nacional, o estado não tem capacidade de
endividamento com o governo federal, ou seja, não pode emprestar dinheiro da
União. As notas vão de "A a D".
O governo do estado usou 64,92%
do orçamento para pagar a folha de pessoal e é um dos 14 estados em
desequilíbrio fiscal por exceder o limite previsto no Programa de
Reestruturação de Ajuste Fiscal (PAF), com a folha de pagamento. Os outros são:
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Sergipe, Acre, Paraíba, Roraima, Paraná, Bahia, Santa Catarina e
Alagoas.
Os gastos do governo de Mato
Grosso com a folha de pessoal e previdência social aumentaram 76% entre 2015,
primeiro ano da gestão Pedro Taques (PSDB), e 2018, último ano, já que ele não
foi reeleito para o cargo.
O secretário estadual de Fazenda,
Rogério Gallo, afirma que as despesas ultrapassaram o estabelecido pela
Secretaria do Tesouro Nacional (STN) por falta de planejamento da gestão
anterior.
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“Estamos gastando no Poder
Executivo 5,29% a mais de acordo com a metodologia da secretaria do tesouro
nacional, que são cerca de R$ 750 milhões (com pessoal e previdência pública)”,
afirma o secretário.
Segundo ele, muitas leis de
carreiras foram aprovadas em 2013 e 2014 sem considerar o cumprimento da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) quanto à estimativa do impacto orçamentário e
financeiro para os anos seguintes.
"Deixou uma herança para o
governo atual que teve que gastar quase R$ 4 bilhões a mais (por ano) com
despesas de pessoal”, declarou.
Por causa disso, o secretário
alega que o governo terminará com restos a pagar e a intenção é repactuar a
dívida com a União.
"Se não houver uma
repactuação com o governo federal de nós pagarmos todos os benefícios que
tivemos na renegociação da dívida com a União, o que daria a partir de agosto
em torno de R$ 400 milhões, a serem pagos em doze meses", disse.
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