Brasil| Mais de 19,3 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito em 3 meses
De janeiro a março deste ano, os acidentes de trânsito provocaram 19.398 mil mortes e 20 mil casos de invalidez permanente no país. Os dados foram divulgados hoje (12), no Rio de Janeiro, pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), órgão da Escola Nacional de Seguros.
As principais vítimas são homens de 18 a 65 anos e motociclistas. A economista e coautora do estudo Natália Oliveira alertou que os principais fatores associados aos acidentes são falta de educação, desrespeito às leis, excesso de velocidade, ingestão de álcool, direção perigosa e uso de celular.
“Falta respeito à legislação, porque lei a gente tem. Falta respeito e saber o quanto isso está impactando negativamente na nossa economia”, disse a economista, informando que as estatísticas revelam que, em média, 75% dos acidentados eram homens e cerca de 90,5% estavam na idade economicamente ativa, isto é, de 18 anos a 65 anos de idade.
Os acidentes somaram R$ 96,5 bilhões, valor que corresponde ao que as vítimas poderiam ter produzido, pois foram atingidas em plena fase economicamente ativa. A análise foi feita à Agência Brasil pela economista do CPES e coautora do estudo Natália Oliveira.
O fator que mede a perda da capacidade produtiva é denominado Valor Estatístico da Vida (VEV) e se refere a quanto cada brasileiro é capaz de produzir ao longo de sua vida útil.
De acordo com o estudo, baseado em indicadores do seguro obrigatório contra acidentes de trânsito, o DPVAT, o número de mortes permaneceu no mesmo patamar de igual período do ano passado (19.367), mas os casos de invalidez permanente diminuíram 16%. Nos primeiros seis meses de 2017, o total de pessoas com invalidez permanente alcançava 23.938.
No primeiro trimestre de 2017, o impacto econômico atingiu R$ 103 bilhões, houve redução de 7% nas perdas geradas pela violência no trânsito no acumulado janeiro/junho de 2018.
Porém, em alguns estados observou-se ampliação das perdas, com destaque para Amazonas (+27%), Roraima (+25%), Mato Grosso (+22%). Em contrapartida, os estados do Rio Grande do Sul, Acre e Amapá registraram as maiores reduções de prejuízos econômicos no trânsito (-26%, -24% e -23%, respectivamente). No Rio de Janeiro, o aumento foi de 3%, enquanto em São Paulo ocorreu queda de 7%.
A Região Sudeste apresentou o maior valor de perdas econômicas com os acidentes no trânsito (R$ 36,7 bilhões). Já o menor percentual foi registrado no Norte do país: R$ 5,89 bilhões.
Na Semana Nacional de Trânsito, de 18 a 25 de setembro, a pesquisadora defendeu o reforço à educação e fiscalização no Brasil. Ela lembrou que a obrigatoriedade da utilização do cinto de segurança no banco de trás dos veículos, apesar de prevista na lei, é desobedecida.
“Não adianta só ter a lei. É preciso educação para respeitá-la e, além disso, a gente percebe que, com fiscalização e punição, consegue-se ter um bom resultado”, afirmou Natália Oliveira.
Segundo a pesquisadora, a preocupação é com a perspectiva de três feriados prolongados no segundo semestre e das festas de fim de ano, pois o risco de acidentes aumenta, de acordo com a Escola Nacional de Seguros.
A Campanha da Semana Nacional de Trânsito visa incentivar todos os motoristas, pedestres e passageiros a optarem por um trânsito mais seguro. Com informações da Agência Brasil.
Nenhum comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.