Papo com a Psicóloga| Fofoca no local de trabalho? Como intervir nessa situação?
Ninguém gosta de ser vítima de fofoca e quando
falamos sobre este comportamento no ambiente de trabalho, sabemos muito bem dos
malefícios que ele provoca nas relações interpessoais, na produtividade, na
motivação dos colaboradores e na dinâmica de cooperação das equipes, culminando
então, em prejuízos enormes para o clima organizacional.
Sabemos que algumas pessoas investem
arduamente para efetivar aquele ditado pernicioso que diz assim: “uma mentira
contada mil vezes, torna-se uma verdade”. Não digo que ela se torne verdade,
mas vejo, dentro da minha experiência profissional, que ela pode denegrir a
imagem de alguém, bem como gerar graves conflitos dentro das empresas.
1.Então, o que fazer
então diante deste comportamento tão indesejado e ao mesmo tempo, recorrente?
Partindo do pressuposto que a fofoca é um ato
de comunicação (ainda que em estado desajustado, com intenções de
difamar/prejudicar outrem); devemos analisá-la, portanto, como uma ação humana,
praticada tão somente nos ambientes de interação social. Sendo assim, o
profissional responsável pela gestão com pessoas dentro da empresa que enfrenta
esse tipo de problemática, tem papel fundamental no processo de educar as
pessoas a adquirir hábitos de convivência saudáveis e éticos. Seguem aqui,
alguns passos imprescindíveis para combater a fofoca:
2.Entenda a fofoca
como um sintoma
Toda enfermidade se relaciona com determinados
sintomas, certo? Dentro das instituições e organizações não é muito diferente;
as atitudes dos colaboradores, líderes e gestores são sinais que denunciam a
saúde organizacional. Portanto, vale investigar o que pode estar gerando a
fofoca. Em alguns casos, problemas de gestão causam tanto descontentamento nos
colaboradores que, a fofoca pode ser tomada por eles, como uma resposta de
defesa ou ataque, frente a incômodos ignorados.
3.Bata enquanto o
ferro está quente
Gestores e líderes devem ser sensíveis e
atentos às necessidades e comportamentos de suas equipes; esperar o problema
virar uma bola de neve para começar a resolver, vai dificultar e gerar mais
desgaste. Por conseguinte, ao perceber qualquer menção de fofoca, promova uma
comunicação saudável, faça reuniões, esclareça pontos escusos, sempre mantendo
o respeito e a ética com seus ouvintes (ou seja, não faça reuniões para expor
pessoas). Além disso, se achar necessário, complemente esta ação com uma
conversa particular, onde você possa reforçar para a pessoa que propagou a
fofoca, que esta ação é contrária à cultura da empresa.
4.Lideres e
gestores precisam dar o exemplo
Não adianta o profissional de gestão com
pessoas realizar todo um trabalho de combate à fofoca, se as próprias figuras
de autoridade dentro da empresa acabam fazendo comentários da vida particular
de um colaborador para outro ou expondo opiniões sobre o desempenho de alguém
para terceiros, sem que isso faça parte de estratégias de gestão. Portanto,
antes de falar algo, avalie se isso é ou não produtivo para o desenvolvimento
profissional de sua equipe.
5.Zele pela
integridade da maioria
Por fim, depois de analisar, estudar o caso e
intervir, o profissional de gestão com pessoas concluir que a fofoca na empresa
persiste por ser um hábito particular e pessoal de uma única pessoa, converse
diretamente com ela e tente avaliar a melhor alternativa; considere dar suporte
para que ela corrija este hábito (o qual pode prejudicá-la, inclusive, no
âmbito pessoal). Mas também, não descarte a possibilidade de remanejá-la para
um setor onde ela tenha menos oportunidade de replicar boatos e, em último
caso, cogite a demissão, pois antes perder um colaborador que permitir que seu
clima organizacional seja totalmente devastado.
Mas lembre-se, demissão não é o melhor caminho
e muitos problemas dessa ordem podem ser evitados quando a contratação é
balizada por uma boa seleção de pessoal.
Simone Rezende
Psicóloga
CRP 18 03334
Facebook:
@simonerezendepsicologa
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