Mato Grosso| Projeto que regulamenta minimercados dentro de presídios é aprovado em 1ª votação
Com informações do G1
Os deputados estaduais aprovaram, em primeira votação, o
projeto de lei que regulamenta o funcionamento dos mercadinhos dentro das
unidades penitenciárias de Mato Grosso. A votação foi realizada durante sessão
plenária na quarta-feira (11).
O projeto, que foi encaminhado pelo governo do estado em
março deste ano, ainda deve passar por uma segunda votação antes de retornar ao
Executivo.
O Projeto de Lei 21/2018 tem como objeto a gestão dos
espaços destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos
pela administração dentro dos presídios e autoriza a dispensa de licitação para
a celebração do Termo de Permissão de Uso desses espaços com os Conselhos da
Comunidade.
Conforme o governo, o Conselho da Comunidade - composto por
oito membros de sete instituições - será o responsável por estabelecer regras
para a venda de produtos dentro dos presídios, além de serem responsáveis pelo
monitoramento e administração das cantinas.
Já a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh-MT)
deverá emitir as normas contendo as especificações dos produtos e objetos
permitidos e não fornecidos pela administração.
Cerca de 50% do lucro liquído deverá ser encaminhado ao
Conselho da Comunidade, para a utilização em projetos de assistências material,
de saúde e educação dos reeducandos. Outros 15% devem ir para a Fundação Nova
Chance para projetos de ressocialização e 35% deverá ser destinado ao Fundo
Penitenciário.
Gestão dos
minimercados
Conforme o projeto, a partir da autorização para uso do
espaço, o Conselho da Comunidade terá 60 dias para formatar o regulamento para
a aquisição de produtos, dando publicidade ao documento e com cotação mínima em
pelo menos dois estabelecimentos comerciais do município da unidade prisional.
Quando do envio da mensagem do governo à AL, o Sindicato dos
Agentes Penitenciários afirmou que, atualmente, os presos revendem produtos
dentro das unidades com preços superfaturados. Para evitar isso, a margem dos
lucros a serem cobrados por produtos, de acordo com a proposta, não pode
exorbitar a 25% do valor de compra.
De acordo com o texto da proposta, o Termo de Permissão de
Uso será firmado tendo por base a legislação vigente e conterá o prazo e a
especificação completa e detalhada do espaço a ser utilizado para venda de
produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela administração prisional.
De bolacha a isqueiro
No ano passado, o Ministério Púplico Estadual (MPE)
instaurou um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades nas
cantinas e mercadinhos instalados nas unidades prisionais de Cuiabá.
A situação investigada pelo MP já foi apontada em uma
reportagem em 2015, quando a situação de mercadinhos que funcionavam sem
regulamentação dentro de unidades penitenciárias de Mato Grosso.
Na ocasião, a Sejudh admitiu a existência dos mercadinhos em
seis unidades prisionais, sendo uma delas a Penitenciária Central do Estado
(PCE), no Bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, considerada a maior do estado.
Nesses mercados, os presos podiam adquirir desde bolachas e
cigarros até lâminas de barbear, óleo de cozinha e isqueiros. Familiares de
detentos seriam, inclusive, proibidos de levar determinados itens que seriam
vendidos nesses locais.
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