Saúde| Tratamento da tuberculose é feito exclusivamente pelo SUS
A prevenção da tuberculose é uma prioridade para a Secretaria de Estado de Saúde. No próximo dia 24 de março será lembrado o dia mundial de combate a doença, porém a prevenção e o tratamento são realizados diariamente nas unidades públicas de saúde. Mato Grosso é atualmente o sétimo estado brasileiro com maior incidência da doença.
Para intensificar as ações preventivas, a SES firma diversas parcerias. Os municípios com unidades prisionais receberão uma série de palestras e visitas técnicas para os detentos, seus familiares e servidores. A ação conjunta também visa a realização de busca ativa de novos casos da doença, além do monitoramento dos serviços de controle e vigilância da tuberculose.
De acordo com a Coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Alessandra Moraes, todos os municípios foram orientados pelo governo do Estado a intensificar as ações preventivas e de busca ativa de pessoas com a doença, além de priorizar a ampla divulgação de informações sobre a tuberculose para os moradores de cada região.
“Essas parcerias são fundamentais para reverter esse quadro atual no qual nos encontramos. A situação é preocupante devido à redução significativa na detecção de casos de tuberculose, assim como no alcance de cura dos casos em tratamento”, ressaltou Alessandra Moraes.
A tuberculose é transmitida pelo ar de pessoa para pessoa, através da fala, do canto, e da tosse, portanto, os principais sintomas são: tosse há mais de três semanas (sintomático respiratório); emagrecimento (grande quantidade de perda de peso); febre ao entardecer e sudorese noturna.
Prevenção e diagnóstico
A prevenção é realizada ao nascer, com a vacina BCG, para crianças com menos de cinco anos de vida. O diagnóstico da tuberculose é feito na rede pública de saúde, por meio do exame chamado baciloscopia, que é a coleta de escarro.
Tratamento
O tratamento da tuberculose é realizado somente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na rede municipal de saúde, e dura seis meses, sendo divido em duas etapas: a primeira de dois meses com o fornecimento de quatro tipos de medicamentos; e a segunda, de quatro meses, chamada fase de manutenção, quando são fornecidos outros dois tipos de medicamentos.
Os medicamentos são fornecidos pelo Ministério da Saúde e a distribuição aos municípios é feita pela Secretaria de Estado de Saúde. A Superintendência de Vigilância em Saúde informa que a distribuição está regular e que tem medicamentos à disposição para o tratamento gratuito, pelo SUS. “Esses medicamentos não são vendidos em farmácias particulares e o tratamento não é feito em unidades de saúde particulares”, ressaltou Lúcia Dias, da área técnica da tuberculose da SES/MT.
A eficácia do tratamento é atestada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Organização Pan Americana de Saúde e, a meta no mundo até o ano de 2035, é a notificação de apenas 1 caso por 100.000 habitantes.
A proliferação da doença depende principalmente do tratamento completo de seis meses, sem interrupção e sem abandono. O paciente que abandona o tratamento coloca em risco a sua vida e a vida de outras pessoas, enfatizou Lúcia Dias.
Casos
O Brasil ocupa a 18º lugar entre os 22 países com a maior carga bacilar, com uma incidência de 33,5/100.000 habitantes.
Em Mato Grosso existem 89 casos notificados e confirmados para drogaressistente (TBDR) e um caso extremamente resistente (XDR), estando em 13 Escritórios Regionais de Saúde, sendo que Cuiabá e Várzea Grande têm o maior número de casos.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Registros de Agravos de Notificação Compulsória, Mato Grosso apresenta uma cura de 61,0%, quando o previsto é de 85%; o índice de abandono do tratamento também é preocupante, 8,2% sendo que o aceitável é 5% e a quantidade de pessoas que morreram por causa da doença é de 2,7%, ou seja, 34 pessoas que tiveram um diagnóstico tardio da tuberculose, não conseguindo reverter o quadro.
Em 2017 foram notificados 1.265 casos novos da doença, colocando o Estado no sétimo lugar no ranking nacional, com incidência de 38,3/100.000 habitantes. O município de Peixoto de Azevedo tem a maior incidência que corresponde a 123,1 por 100.000 habitantes.
As pessoas privadas de liberdades formam o grupo mais vulnerável à doença, com 12% dos casos, seguidos pelos indígenas, que representam 7%. Os moradores de rua e os profissionais de saúde correspondem cerca de 2% do total de casos notificados.
A Vigilância Epidemiológica destaca a existência de 34 municípios com incidência acima da média do país, com 37 municípios silenciosos, ou seja, sem registro de caso no ano de 2017, sendo que o Estado é endêmico para a doença.
Com relação a faixa etária dos pacientes cadastrados essa se divide em 49 casos que representa 4,0% do total de casos em menor de 15 anos e em maior de 15 anos 1.158 que representa 92,7% do total de notificações no SINAN/SESMT em 2017.
Nenhum comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.