Economia| Meirelles prevê criação de 6 milhões de empregos em 10 anos com reforma
Com informações do Terra
O ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, disse acreditar que 6 milhões de empregos
serão criados ao longo dos próximos dez anos na esteira da reforma trabalhista.
O ministro concedeu na manhã desta quarta-feira, 28, entrevista à Rádio
Paiquerê AM de Londrina. “A reforma trabalhista está sendo implantada aos
poucos pela Justiça. Acreditamos que com a reforma trabalhista criaremos 6
milhões de empregos em dez anos”, disse.
A previsão sobre a geração dos 6
milhões de postos de trabalho em uma década foi feita por Meirelles ao ser
perguntado do porquê de o desemprego continuar tão elevado após três meses da
entrada da reforma em vigor.
O ministro explicou que os
resultados não são ainda muito claros porque a reforma está sendo implantada
aos poucos pela Justiça Trabalhista.
Reoneração
Meirelles disse também que a
pasta está discutindo com o Congresso a reoneração da folha de pagamento. O
benefício da desoneração foi concedido pelo governo de Dilma Rousseff, quando
Guido Mantega era o titular da Fazenda, e tinha como contrapartida a manutenção
e geração de empregos por parte das empresas.
Ocorre, de acordo com Meirelles,
que, durante vigência da desoneração, o desemprego aumentou. “Quando foi feita
a desoneração, a justificativa era gerar empregos. No entanto o desemprego
aumentou. A desoneração não funcionou”, criticou o ministro da Fazenda.
Para o ministro, é importante que
a sociedade saiba que não adianta conceder incentivos que não funcionam à
empresas.
PIS/Cofins
O ministro da Fazenda descartou
uma reforma tributária ampla neste momento. Segundo o ministro, uma reforma
tributária mais abrangente mexeria com os interesses distintos de Estados,
municípios e dos diversos setores da economia.
De acordo com o ministro, para
evitar conflitos o governo optou por reformar primeiro os impostos federais, no
caso o PIS e o Cofins. Meirelles afirmou que o projeto de simplificação do
PIS/Cofins está em fase de preparação para ser enviado ao Congresso.
“Após a reforma do PIS/Cofins,
vamos discutir a reforma dos impostos estaduais e municipais”, disse o
ministro, para quem a simplificação do PIS/Cofins já representa um grande
avanço. Meirelles fez questão de frisar que todas as medidas reformistas estão
sendo tomadas num contexto de muita responsabilidade.
Políticas bem aplicadas
O ministro da Fazenda disse que
políticas bem aplicadas pelo atual governo, como o teto de gastos, por exemplo,
resultaram na alta do Produto Interno Bruto (PIB), na queda da inflação e na
redução da taxa básica de juros. O PIB, segundo expectativas do mercado, deve
ter crescido em torno de 1% em 2017 após quedas em dois anos que somaram quase
8%.
Para este ano, o ministro diz
trabalhar com uma expectativa de crescimento da ordem de 3%. “Mas pode crescer
mais”, disse Meirelles, acrescentando que o mercado já está revisando as
projeções para o PIB em 2018 para acima de 3%.
Funcionários públicos
Meirelles foi perguntado sobre o
reajuste dos funcionários públicos. Ele afirmou que os salários da categoria
são reajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve
uma variação baixa. No acumulado dos últimos 12 meses a inflação por este
indicador subiu 1,8%. “A queda do INPC é boa e traz ganhos para todo mundo”,
comentou.
O ministro destacou que a
economia saiu de sua maior recessão e que só em 2018 serão gerados 2,5 milhões
de empregos por todo o Brasil.
Candidatura
Sobre sua eventual candidatura à
sucessão de Michel Temer, o ministro da Fazenda disse que só se decidirá por
volta de 7 de abril. Voltou a dizer que está focado no momento apenas em dar
continuidade ao seu trabalho de fazer a economia manter a retomada do
crescimento. Afirmou também que o que está faltando para se decidir é uma
frente política com governadores e prefeitos que venham a apoiá-lo. “Não se faz
uma candidatura individual”, disse.
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