O MPE recebeu uma denuncia
anônima informando suposto sobrepreço na contratação do show da Naira Azevedo,
cantora que fará show em Alto Taquari no aniversário de 32 anos de emancipação política do município no mês de maio. A denuncia foi indeferida pelo Promotor Dr.
Marcelo Linhares, segundo ele faltou elementos que comprovem informações.
“Os fatos apresentados já são do
conhecimento do Ministério Público, e a contratação é permitida nos termos da
Lei 8666/93, inclusive sem licitação. A representação não traz elementos que
permitam concluir pelo sobre preço ou qualquer outra ilicitude, apenas justa e
razoável indignação com o gasto público” explica.
No entendimento do Promotor de Justiça, gastar mais R$200 mil ( shows, estrutura e segurança) é remeter a população à política de “pão e circo”.
“A situação remete à política
romana denominada “pão e circo” que revelava como os governantes da antiguidade
(como se assim não o fizessem hoje em dia) mantinha a população sob controle. O
povo não se revoltaria se não lhes faltasse comida e distração, mantendo a
população pobre e sem instrução fiel à autoridade. Nos tempos de crise, o povo
esquecia sua realidade ao frequentar arenas e coliseus, tal como recentemente
observamos na Copa do Mundo ou empregado pela mídia e seu foco seletivo de
matérias” disse.
Aparentemente consternado com a
situação, o promotor lembrou que o valor gasto com o “circo”, ou melhor, com os shows
jamais retornarão para o município. Para ele O “circo” de R$ 200.000,00 (só com
artistas) que se instalará na cidade, embora movimente o comércio local, não
trará resultados definitivos. Quando muito devolverá parte do valor ao
comércio, ao menos isso. E sendo escassos os recursos públicos, deve-se
aplicá-los de forma inteligente a atingir o máximo benefício possível”.
Aparentemente o que causou preocupação
ao Ministério Público foi o fato do município ter realizado a previsão de gasto
para a festa, deixando de lado as previsões para a construção do Matadouro Municipal
ou até mesmo o pagamento do RGA.
“A mera existência de previsão
orçamentária destes valores elevados para eventos festivos já reforça que o
Município foi capaz de prever que iria “festar”, enquanto construção do
matadouro municipal recebeu a rubrica de “mil reais”. Igualmente o orçamento sequer
previu o RGA dos servidores ou o impacto financeiro das progressões de classe”
disse.
Leia também: Alto Taquari| Prefeito deverá pagar multa diária de R$11 mil por descumprimento de acordo com MPE
Algumas ações merecem atenção do prefeito municipal e
que seria mais importante que a festa como por exemplo, “instituição do programa menor aprendiz
aos adolescentes de 14 anos, com uso de empresas; fomento à instalação do
matadouro municipal; instalação de indústria de ração decorrente da moagem dos
ossos oriundos do aludido matadouro; instalação de laticínio através da
agricultura familiar para permitir a venda de queijos e derivados do Leite;
destinação dos valores para apoio aos pequenos produtores para regularização
nos termos do Sistema de Inspeção Municipal, fornecendo materiais ou mão de
obra técnica, desde que autorizados por Lei" pontuou o promotor.
“De qualquer forma, compete à
autoridade eleita, no caso, o Prefeito, definir o que é prioridade para a
cidade. Optou-se pela festa”, concluiu o
Promotor de Justiça.
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