Com informações do Notícias ao Minuto
Em entrevista na sexta-feira (23), à Rádio Bandeirantes, o presidente Michel Temer falou sobre o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro, assinado na última semana. Ao apresentador José Luiz Datena, ele disse que chegou a cogitar uma intervenção federal total no estado, mas desistiu, por se tratar de uma medida "muito radical".
"Cogitou-se em um primeiro momento [intervenção total], mas logo afastei a ideia. Seria uma coisa muito radical e logo refutei. Ficamos com a conclusão que deveríamos intervir na área de segurança pública", afirmou o presidente.
Temer também destacou que não há a intenção de o governo de criar um imposto para custear o setor, como foi dito pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. "Você sabe que não haverá imposto nenhum sobre segurança. Pode ter havido um comentário ou outro, feito durante uma conversa informal, mas não há essa intenção no governo", afirmou.
Questionado se a medida seria uma estratégia com vistas às eleições de outubro, o presidente negou. "É uma jogada de mestre, mas não é uma jogada eleitoral", pontuou.
Michel Temer voltou a negar que será candidato à presidência nas próximas eleições. "Eu sou candidato a fazer um bom governo. Não há possibilidade de eu ser candidato à presidência", garantiu.
A reforma da Previdência também foi mencionada pelo presidente da República. Ele voltou a dizer que, "cessados os motivos da intervenção", é possível votar o texto. "Encerra-se a intervenção e abre-se espaço para as votações no Congresso. A emenda da Previdência não saiu da pauta, saiu da pauta legislativa, mas não saiu da pauta política", reforçou. "Há coisas, inclusive, que podem ser feitas por lei, e não por medidas constitucionais", completou o presidente, cogitando a possibilidade de fazer algumas mudanças na lei previdenciária sem a necessidade de passar por votação na Câmara e no Senado.
A criação do novo Ministério da Segurança Pública é outro ponto analisado pelo Planalto. Segundo Temer, há chance de ser nomeado um ministro para a pasta por meio de decreto, na próxima segunda-feira (26). "Eu estou examinando esta hipótese. Confesso que se for possível fazer por decreto, nós faremos", disse Temer.
A lei permite que o presidente crie até quatro cargos de ministros extraordinários para áreas consideradas críticas no país. A alternativa seria uma forma de não ter custos com a criação de uma nova estrutura ministerial, além de evitar a edição de medida provisória - que precisa passar pelo Congresso -, ou de projeto de lei, ambos necessários quando do surgimento de um novo ministério.
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