Brasil| 99 pessoas são denunciadas por venda de CNH em autoescolas de MT e GO
Com informações do G1
Noventa
e nove pessoas que teriam participado de um esquema de vendas de carteiras de
habilitação, entre os anos de 2012 e 2013, em Mato Grosso e Goiás, foram
denunciadas nessa quarta-feira (22) pelo Ministério Público Estadual de Mato
Grosso (MPE). A denúncia é resultado da Operação ‘Fraus’, feita pela Polícia
Civil em 2013, que descobriu um esquema de venda e compra de carteiras sem a
realização de provas teóricas ou práticas.
O
esquema tinha participação de servidores do Departamento de Trânsito de Mato
Grosso (Detran-MT), outros servidores públicos e proprietários de 17
autoescolas de Mato Grosso e Goiás. Segundo o MPE, a denúncia é da 2ª
Promotoria de Justiça Criminal de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá.
Naqueles
anos, proprietários de autoescolas dos dois estados se uniram para atrair
candidatos à primeira habilitação nos municípios de Barra do Garças e
Araguaiana, onde as fraudes aconteciam.
O
valor para a obtenção do documento variava de R$ 3 a R$ 5 mil. O que
surpreendeu a polícia e o MPE foi o fato dos candidatos, em sua maioria, serem
semianalfabetos. Eles preenchiam a lista de presença para a realização da prova
teórica e sequer eram avaliados na prova prática e no exame psicotécnico.
Denúncia
A
denúncia foi subdividida em quatro núcleos: o primeiro, atuante na cidade de
Araguaiana, a 570 km de Cuiabá, envolvendo os proprietários de centros de
formação e instrutores. A segunda denúncia, nas cidades de Barra do Garças e
Pontal do Araguaia, também envolvendo proprietários de autoescolas e
instrutores.
O
terceiro grupo de denunciados é composto por 22 funcionários públicos do Detran
e 2 psicólogas. O último grupo denunciado é formado pelos candidatos à CNH, com
55 denunciados.
Os
servidores e os proprietários das autoescolas envolvidos foram denunciados por
corrupção passiva qualificada, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Já
as pessoas que receberam irregularmente as carteiras de habilitação vão
responder por corrupção ativa e falsidade ideológica.
Na
denúncia, o MPE requer a perda da função pública dos servidores e a reparação
de dano moral difuso.
Em
Goiás os denunciados, participantes do esquema criminoso tiveram participação
fundamental na cooptação dos candidatos aspirantes à CNH, os quais são
proprietários de CFCs nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia,
Itapuranga, São Luiz de Montes Belos, Firminópolis, Britânia, Mozarlândia,
Paraúna e Crixás, além de um servidor público do Detran de Uruana/GO, que era o
líder do esquema criminoso consumado no Estado de Mato Grosso.
O
inquérito policial tem 80 volumes, contendo mais de 16 mil páginas.
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