Alto Taquari| Perigos do Consumo de Carne Clandestina
Com informações do GICULT
Coibir
o abate de animais em lugares sem higiene é uma grande preocupação nossa,
responsáveis que somos pela inspeção de produtos cárneos, dentre outros
serviços inerentes ao médico veterinário, por isso a importância de saber a
procedência dos produtos no momento de adquiri-los. Os perigos de se consumir
esse tipo de produto, são muito grande. Além dos riscos de contaminação durante
o processo de abate e transporte, o armazenamento e o preparo deste alimento
podem fazer a diferença para a saúde do consumidor. Também é de suma
importância, observar a origem na hora da compra, dos subprodutos dos animais
abatidos. E por falar em “Saúde”, a Organização Mundial de Saúde (OMS) a define
como sendo o estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente
a ausência de enfermidade e invalidez.
Os
produtos obtidos a partir do abate clandestino, sem a devida inspeção
veterinária oficial, podem ser vetores de doenças e infecções alimentares.
Entre as enfermidades infecciosas e parasitárias mais frequentes,
comprovadamente encontramos as que são comuns ao homem e aos animais, são as
chamadas zoonoses, constituindo-se na atualidade como os riscos mais
frequentes. Por sua vez, a demanda cada vez maior de alimentos de origem animal
constitui fator decisivo para aumentar os riscos de exposição às zoonoses.
Aos
olhos humanos, alimentos aparentemente normais podem abrigar micro-organismos
perigosos para a saúde pessoal e com a carne não é diferente. O produto, se
contaminado pode causar desde pequenos transtornos até a morte. Um dos
problemas mais comuns é a toxinfecção alimentar (infecção adquirida através do
consumo de alimentos contaminados por bactérias ou suas toxinas) que pode levar
o consumidor à morte. Outro risco dos alimentos em más condições sanitárias é a
teníase, doença causada por parasitas. Geralmente ela é transmitida pelo
consumo de carne contaminada com cisticercos (larvas do verme), não bem cozida
ou assada, que pode causar sérios riscos ao organismo, inclusive problemas
nervosos e cegueira quando estiver associada à neurocisticercose (infecção no
sistema nervoso). Mas existem outras doenças que também são transmitidas dos
animais aos seres humanos, por meio dos produtos cárneos, a exemplo da
tuberculose e brucelose, entre outras. Daí, a importância de o consumidor
comprar produto bem embalado, refrigerado e, principalmente, com o selo Serviço
de Inspeção, quer seja Federal (SIF), Estadual (SIE) ou Municipal (SIM), que
atesta a qualidade.
Saibam
a tantos quanto estejam interessados em melhorar a sua condição de vida, que o
serviço de inspeção atua junto a cada estabelecimento, exigindo as boas
práticas de fabricação e examinando os animais, antes e após a sua morte,
descartando quaisquer produtos que sejam considerados impróprios para o
consumo. Mas apesar dos grandes progressos científicos no campo da Saúde
Pública com vistas à proteção do homem contra enfermidades transmissíveis de
natureza infecciosa e parasitária, no sentido de erradicá-las, a realidade é
que essas patologias continuam presentes em várias espécies animais das quais
depende o homem para sua alimentação e nutrição.
Por
outro lado, não temos matadouro-frigorífico para abate o que significa que os
produtos advindos destes animais comercializados em açougues e feiras livres,
sem nenhum tipo de inspeção oficial, tornam-se passíveis de transmitirem sérias
enfermidades aos seus adeptos. Neste contexto, o controle higiênico, sanitário
e tecnológico, constitui-se em fator preponderante para evolução técnica e
social da indústria alimentar.
Vejamos
abaixo, algumas medidas para evitar a contaminação:
-
As carnes devem ter o carimbo da inspeção sanitária, quer seja Federal (SIF),
Estadual (SIE) ou Municipal (SIM), e nas embalagens o certificado de qualidade.
Caso o carimbo já não esteja presente na carne, devido aos cortes sofridos, é
importante se informar do proprietário da casa comercial a procedência dos
produtos na hora de comprá-los.
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O produto deve estar devidamente condicionado em balcões frigoríficos (nos
mercados, feiras livres e açougues).
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Não compre carnes vendidas em locais insalubres e sujos, com circulação livre
de animais e insetos.
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Lave bem, com água e sabão, as mãos e os utensílios antes de manusear a carne.
Com
isso, certamente,
-
Os postos de saúde reduziriam substancialmente seus custos com a diminuição de
doenças causadas por carne contaminada, e os recursos poderiam ser direcionados
para outras prioridades.
-
A prefeitura aumentaria a arrecadação e diminuiria os gastos com saúde, com uma
consequente melhoria para o município e seus habitantes.
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O meio ambiente ficaria protegido dos dejetos e resíduos deixados ao relato ou
atirados nos rios e nascentes.
-
Por Oscar Vitorino Moreira Mendes, Médico Veterinário Prof. Aposentado da UESB
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