Com informações do G1
Os
casos de roubos e furtos de animais do campo, principalmente de gado,
aumentaram 30% em Mato Grosso no primeiro semestre deste ano, em comparação com
o mesmo período do ano passado. Enquanto os seis primeiros meses de 2016
registraram 198 casos, este ano já foram 259 ocorrências.
Quando
comparados com o ano de 2015, o aumento é ainda maior, uma vez que, naquele
ano, foram 178 casos registrados. Segundo o comandante regional de Várzea
Grande, coronel PM Alessandro Ferreira, esse tipo de crime é característico da
Baixada Cuiabana e das regiões norte e oeste do estado, mas a polícia tem feito
trabalhos de repressão para inibir as ocorrências.
"Ações
repressivas e preventivas estão sendo realizadas, especialmente de forma
integrada entre a Polícia Miltiar e a Polícia Civil. Estamos trabalhando com
inteligência e também com o policiamento ostensivo, preventivo", disse o
coronel.
Em
Santo Antônio do Leverger, por exemplo, quem cria gado tem vivido sob tensão. O
pecuarista Arno Schneider, por exemplo, teve a fazenda invadida por criminosos.
Eles fizeram os funcionários reféns por horas e, ao anoitecer, encostaram três
caminhões na área onde ficam os animais e levaram 110 bezerros de uma vez só.
Segundo
Schneider, todos os animais levados tinham em 10 e 12 meses de idade e eram das
raças Brahman e Caracu, razão pela qual o dono acha que ainda pode
recuperá-los. "O gado é facilmente identificável e não é comercializado
diretamente com o açougue pelo estado deles. São animais jovens e sem
gordura", afirmou.
Já
o pecuarista Luiz Carlos Meister não acredita que poderá se recuperar do
prejuízo sofrido quando teve 41 bois levados por bandidos. Os animais eram
todos adultos, com cerca de 16 arrobas cada, o que facilita a comercialização.
Ele conta que, mesmo cercando a fazenda de cuidados, não conseguiu impedir a
ação dos criminosos.
"Eu
tenho cerca de tela e o funcionário, na hora de abrir o cadeado do portão, foi
rendido por três pessoas que estavam com duas pistolas e um revólver. Ele não
teve condições de reagir. Os próprios cães tentaram avançar nos ladrões, mas
eles fizeram o meu funcionário amarrar os cães, caso contrário os
matariam", disse.
Desmotivado,
ele disse que pensa em abandonar a atividade devido à insegurança na área
rural.
"Todo
mundo está sendo roubado. Você não sabe se na semana que vem a pessoa vai
voltar na sua propriedade ou não. Infelizmente, não temos condições de ter
segurança em uma área de fazenda. Pagamos impostos, geramos riquezas para o
país e nos sentimos inseguros, sem condições de produzir e ajudar esse país e
dar emprego. Então, é muito desanimador e desmotivador viver numa situação
dessas. Eu estou chegando em um ponto em que não sei se fecho a fazenda, vendo
e desisto da atividade", afirmou.
O
consultor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Amado
de Oliveira, cobra providências à área de Segurança Pública, mas recomenda
empenho a cada pecuarista.
"É
necessário que todos os casos sejam registrados boletins de ocorrência na
delegacia. Sabemos a dificuldade que o estado passa, mas ele precisa saber o
tamanho do problema que tem que enfrentar. E tem que priorizar a segurança no
meio rural com barreiras, fiscalização", disse.
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