O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo apresentou os testes clínicos em seres humanos da fosfoetanolamina, que ficou conhecida como a pílula do câncer. A substância foi sintetizada em um laboratório da Universidade de São Paulo, em São Carlos, no interior do estado.
Já foi usado em torno de 20 mil pacientes de câncer, antes de um estudo para comprovar se a substância era eficaz. A esperança de que a pílula pudesse curar o câncer fez muita gente entrar na justiça para ter acesso ao tratamento. Em julho do ano passado, o governo do Estado decidiu patrocinar um estudo para verificar a segurança e a eficiência da fosfoetanolamina. O exame foi feito com pacientes do Instituto do Câncer, que já tinham passado por outros tratamentos sem resultado.
A primeira fase mostrou que não havia efeitos colaterais. A segunda, para verificar a eficácia, mostrou resultados bem abaixo do esperado, segundo o coordenador da pesquisa, o oncologista Paulo Hoff. Setenta e dois pacientes receberam a pílula e 59 passaram por reavaliações. Em apenas um paciente o tumor diminuiu mais de 30% - mínimo exigido pelos protocolos da pesquisa. O paciente tem melanoma, câncer de pele, mas pesquisadores alertam que não dá para dizer que foi uma resposta ao tratamento com a pílula ou se foi por outros motivos.
Para o remédio ser considerado eficaz, ele teria que reduzir os tumores em mais 30% em pelo menos 20% dos pacientes. “Uma resposta em 59 avaliações pode acontecer por diversas razões. Inclusive existem relatos de regressões espontâneas em pacientes, o efeito placebo etc”, explica o coordenador.
Os pesquisadores testaram o remédio em 10 tipos de câncer. O maior número de pacientes, 21, tiveram câncer colo-retal. Nenhum teve resultado positivo. Diante desses resultados, os pesquisadores disseram que não seria ético incluir novos pacientes no estudo. A inclusão foi suspensa e vão continuar apenas com esse paciente de melanoma e outros 19 que já fazem parte da pesquisa. “Nesse momento não há justificativas para se usar rotineiramente esse produto como tratamento de câncer até que se surja outras informações, baseados nessas informações não há essa justificativa”, completa Hoff.
Jornal Hoje
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