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Elas| Gravidez múltipla representa risco para gestante, diz especialista

As regras para a implantação de embriões no Brasil são determinadas pelo Conselho Federal e Medicina e variam de acordo com a idade da paciente. Para mulheres até 35 anos devem ser implantados até 2 embriões; dos 36 aos 39 anos, 3 embriões; e em mulheres acima de 40 anos podem ser transferidos até quatro embriões. A decisão médica de implantar mais de um embrião é tomada justamente com o objetivo de aumentar as chances de sucesso nos procedimentos.
O problema é que com mais embriões transferidos maiores são as chances de ocorrer uma gravidez múltipla. "Gestação de gêmeos é um pré-natal de alto risco, aumenta em 4 a 5 vezes as complicações, como prematuridade, diabetes gestacional e hipertensão", alerta o inecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, Alfonso Massaguer.

Um estudo realizado em Nottingham, na Inglaterra, pela clínica Nurture Fertility identifica outras consequências para a implantação de mais de um embrião. Os pesquisadores concluíram que implantar dois embriões pode diminuir em 27% as chances de sucesso na fertilização, caso uma das células não seja saudável. Segundo os pesquisadores, o procedimento teria mais sucesso se fosse implantado um embrião por vez.
O estudo foi feito com 1.500 embriões implantados em mulheres de diferentes faixas etárias. Os especialistas perceberam que o corpo tende a se concentrar no embrião pouco saudável e rejeitar uma possível gravidez, ignorando a célula saudável, que poderia gerar uma gestação bem-sucedida.
Veja como funciona a Fertilização in Vitro (FIV)
A FIV é a técnica de reprodução assistida que consiste na fertilização do óvulo pelo espermatozoide em laboratório, dando origem a embriões que serão transferidos, posteriormente, para o útero da mulher. O tratamento de FIV (fertilização in vitro) consiste em etapas bem definidas: Indução da ovulação, Coleta de óvulos e espermatozoides, Fertilização em laboratório e transferência dos embriões para o útero.
1- Indução da ovulação
Consiste na administração de hormônios, geralmente de aplicação subcutânea (gordurinhas), para estimular uma maior produção de óvulos para serem fertilizados. Esta etapa dura em média de 9 a 12 dias, sendo que neste período a paciente precisa realizar monitoramento do crescimento dos folículos (que contém os óvulos) por ultrassom transvaginal e eventualmente exames de sangue. Assim que a maioria dos folículos atingirem um volume médio, uma última medicação é aplicada: o HCG (hormônio exclusivo da gravidez), para maturação final dos óvulos e coleta dos mesmos dentro de 34 a 36 horas.
2- Coleta de óvulos e espermatozoides
O procedimento de coleta de óvulos inicia após a anestesia. Guiada por ultrassom transvaginal aspiram-se os óvulos através de uma agulha acoplada ao tubo de ensaio. Ela funciona como um mecanismo de sucção que aspiram os óvulos e os entrega imediatamente ao embriologista que irá avaliá-los e fertilizá-los a seguir.
A coleta de espermatozoides geralmente ocorre no mesmo dia da coleta de óvulos, sendo o procedimento por masturbação (semelhante ao exame de espermograma). Em casos específicos a coleta de espermatozoides pode também ser realizada através de procedimentos cirúrgicos de acordo com a indicação médica.
3- Fertilização dos gametas em laboratório
Após a coleta dos gametas, óvulos e espermatozoides, os mesmos são então fertilizados para formar os embriões. A fertilização pode ser realizada por duas técnicas, FIV convencional ou ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides). Na FIV clássica os óvulos são colocados juntos com os espermatozoides para que estes penetrem a membra dos óvulos espontaneamente. Já na ICSI os espermatozoides são injetados pelos embriologistas dentro dos óvulos com a ajuda de microscópio.
4- Transferência embrionária
Após a fertilização, os embriões se desenvolvem em laboratório dentro de 3 a 5 dias. A transferência embrionária é um procedimento geralmente indolor, realizado com um cateter que leva o embrião para dentro da cavidade uterina (endométrio) e guiado por ultrassom abdominal. Dentro de 10 a 12 dias da transferência, o exame de gravidez (β-hCG quantitativo) é realizado no sangue.
"Buscamos sempre encontrar a causa da dificuldade para engravidar e tratá-la da maneira mais simples, sendo a fertilização in vitro reservada para aqueles casos que não é possível a gravide natural, como endometriose ou alteração seminal grave", conclui o Dr. Alfonso, diretor responsável pela Clínica Mãe - Medicina Reprodutiva.
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