Saúde| Festas de final de ano podem lesar a visão; veja cuidados
Nas
férias de final de ano não é só o abuso dos banhos de sol sem óculos que
filtrem 100% da radiação UV
(ultravioleta) que pode prejudicar a
visão. Outra radiação comum nas baladas
que tem efeito nocivo sobre a visão é o laser. De acordo com o oftalmologista
do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o perigo está relacionado ao
tempo de exposição e ao comprimento de onda. Quanto maiores forem estes dois
parâmetros, maior é o risco.
O
especialista afirma que a maioria dos canhões usados em baladass têm o mesmo
comprimento dos equipamentos utilizados por oftalmologistas em procedimentos
médicos. Isso significa que se o facho de luz for direcionado ao rosto das
pessoas, ou apontado sobre superfícies refletoras como a água e placas de
metal, pode causar desde lesões
superficiais até danos definitivos na retina, conforme o tempo de exposição.
Este
foi o caso, comenta, de um paciente que permaneceu dias enxergando reflexos
depois de participar de balada em que o laser Por sorte foi uma queimadura
superficial que não resultou numa baixa contínua da visão porque o tempo de
exposição foi curto. Ainda assim, Queiroz Neto adverte que as células lesadas
não têm recuperação. O ideal, comenta, é não facilitar. Para evitar problemas
nas festas recomenda sempre proteger os olhos com lentes que
bloqueiem a radiação UV, mesmo quando são realizadas à noite. Isso porque, os canhões
de lazer se popularizaram e muitas vezes
são utilizados por pessoas que desconhecem as regras de segurança.
Perigo varia de acordo
com a cor da luz
O
oftalmologista afirma que o único laser inofensivo aos olhos é o pertencente à
classe 1 que em geral é usado nos brinquedos. Já as ponteiras utilizadas em
palestras, emitem luz
infravermelha. Embora não representem
risco extremo para a visão podem causar edema na retina e perda temporária da
visão se a luz for fixada por período prolongado. Já a ponteira de diodo laser
que emite uma luz verde pode causar a perda definitiva da visão. Isso porque,
dependendo da distância que é apontada
para os olhos pode provocar a
morte de células da mácula, parte
central da retina, e levar à danos irreparáveis.
Outros
equipamentos comenta emitem luz ultravioleta que tem a cor invisível aos olhos
e o efeito sobre a visão pode ser comparado ao do sol. Significa que de
imediato pode causar fotoceratite, uma sensibilização temporária da córnea. A
longo prazo contribui com o
desenvolvimento da catarata –
opacificação do cristalino.
Risco é maior entre
crianças
Queiroz
Neto chama a atenção dos pais para que
mantenham as ponteiras de laser longe do alcance de crianças. Isso porque até
os 10 anos de idade a transparência tanto da córnea como do cristalino é maior
e por isso a capacidade de filtrar todo tipo de radiação é menor.
Os
sinais de que os olhos foram agredidos pelo laser são: ofuscamento, enxergar
manchas ou reflexos e dificuldade de adaptação a ambientes escuros. Na presença
destes sintomas é importante consultar um oftalmologista.
As principais
recomendações do especialista para evitar lesões nos olhos são:
-
Nunca olhar diretamente para o laser.
-
Não apontar a luz diretamente sobre outra pessoa ou superfícies refletoras.
-
Evitar o uso de binóculo para visualizar a ponteira.
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