Política| Para conter crise, Temer busca acerto com tucanos
Acuado
pelo recrudescimento da crise política que atingiu o Palácio do Planalto após a
delação da Odebrecht, o presidente Michel Temer discute com aliados uma
estratégia que tire seu governo das cordas.
Segundo
a reportagem apurou, Temer pretende combinar uma saída política, com a nomeação
de um tucano para a Secretaria de Governo, e uma econômica, com o anúncio,
ainda este ano, de novas medidas para destravar o mercado de crédito e tentar
tirar a economia da recessão.
A
avaliação da equipe do presidente foi bastante pessimista diante da nova
pesquisa, que mostrou a popularidade de Temer despencar 20% desde julho,
acompanhada da queda na confiança na economia a níveis pré-impeachment.
O
levantamento revelou ainda que 53% da população quer a renúncia imediata do
peemedebista para a realização de eleições diretas.
Diante
do cenário reverso, Temer precisa costurar apoio e resolveu finalmente anunciar
a nomeação de Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para o posto de articulador político
do Planalto.
Após
a reticência do presidente, que chegou a dizer que o tucano iria para o governo
somente "no momento oportuno", Temer deve se reunir nesta segunda
(12) com Aécio Neves (MG) para bater o martelo.
Dessa
forma, avaliam auxiliares, o peemedebista consegue amarrar de vez o partido
aliado e fica menos dependente do chamado centrão, grupo de cerca de 200
deputados que reivindicava a Secretaria de Governo após a saída de Geddel
Vieira Lima e chegou a ameaçar retaliação em votações importantes para Temer no
Congresso.
Líder
do PSD na Câmara e um dos candidatos do centrão para a presidência da Casa,
Rogério Rosso (DF) esteve no Jaburu neste domingo, pouco antes de uma reunião
do presidente com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco
(secretário de Parcerias e Investimento). Ele afirmou que o presidente
"está focado" na aprovação da PEC do Teto no Senado na terça (13).
"O
presidente me autorizou a dizer que está chamando integrantes da equipe
econômica hoje [domingo] e amanhã [segunda] cedo e que vai reunir líderes da
Câmara na segunda ou terça para falar sobre Previdência", disse Rosso após
o encontro.
JUROS
Apesar
do discurso de esforço para a provação das medidas do pacote de ajuste fiscal
no Congresso, o presidente fez um apelo à equipe do ministro Henrique Meirelles
(Fazenda) para que medidas para "facilitação do crédito" sejam
anunciadas nas próximas semanas e não mais em janeiro, como era o plano.
Um
dos motivos para a demora na recuperação da economia é a elevação do
endividamento de pessoas jurídicas e físicas, o que travou o mercado de
crédito.A avaliação da equipe econômica, porém, é que medidas pontuais não
serão suficientes para fazer o país voltar a crescer e que a solução terá que
vir via investimentos de empresas, que só voltarão a com a queda de juros.
Dessa
forma, avaliam auxiliares de Meirelles, a expectativa está em cima da próxima
reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para janeiro, e que
pode reduzir os juros no país.
Durante
o fim de semana, Meirelles se reuniu com representantes de bancos justamente
para analisar os motivos do travamento do mercado de crédito e as medidas que
podem ser lançadas para reduzir o endividamento de empresas e pessoas físicas e
permitir que elas possam acessar novos empréstimos.
Está
ainda sob análise do governo liberar parte do FGTS para que trabalhadores
possam quitar dívidas. A liberação dos recursos seria vinculada ao pagamento de
débitos e foi proposta pelo Ministério do Planejamento. Com informações da
Folhapress.
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