Economia| Perda salarial no Brasil é a maior entre os países do G20
Estudo
divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que o salário
do trabalhador brasileiro foi o que teve a maior queda real este ano entre os
países do G20, o grupo das maiores economias do mundo. O recuo de 6,2% se soma
ao de 3,7% observado no ano passado.
Usando
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a OIT calcula
que, em termos nominais, os salários brasileiros foram, em média, de R$ 1,9 mil
por mês em 2013, R$ 2 mil em 2014 e R$ 2,1 mil em 2015. Até 2012, contudo,
segundo o estudo, a renda do brasileiro vinha apresentando crescimento, embora
abaixo da média mundial. Os aumentos foram de 4% em 2012, 1,9% em 2013 e 2,7%
em 2014.
Na
análise da OIT, a desaceleração da renda tem impacto muito grande nas famílias,
o que é sentido em toda a economia. Para o ano que vem, segundo as projeções da
entidade, o cenário não é muito diferente. O diretor de Pesquisas da Ordem dos
Economistas do Brasil (OEB), Eduardo Velho, lembra que em 2015, após o
represamento artificial de preço no governo Dilma, de 2013 a 2014, houve um
tarifaço de energia elétrica, da gasolina que impactou fortemente o poder de
compra do consumidor.
"Além
disso, como tivemos represamento cambial em 2014, você aumentou muito o custo
da importação que teve efeito também sobre a percepção de renda. Em 2016, com a
recessão já em curso, o grande impacto do reajuste já tinha acontecido em 2015.
Só que com as demissões adicionais e com mais gente disponível no mercado de
trabalho isso provoca a redução do salário real."
Velho
observa que 2016 foi um ano muito ruim de negociações salariais, ao contrário
de 2012, quando as negociações atingiram o pico e tiveram um impacto positivo
nas viagens internacionais dos brasileiros. Já no ano passado e neste o que se
viu foi exatamente o contrário. O economista observa ainda que, com o aumento
das demissões, há menos barganha do trabalhador e, consequentemente, maior é a
queda do salário real.
Desigualdade
diminui no Brasil, mas à custa da perda de salários "Olhando para 2017, se
tem uma redução mais acentuada da inflação, já houve a grande correção das
tarifas públicas, aquela inflação represada já foi ajustada. Pelo lado das
tarifas públicas e dos preços administrados, não há percepção de uma grande
queda real adicional. Pelo contrário.
A
inflação de serviços também vem caindo, porque o custo da mão de obra também já
se ajustou bastante. A tendência nos próximos meses é de uma certa
estabilização da queda." Apesar das previsões, Velho acredita que o
desemprego vai continuar subindo pelo menos até março ou abril, mais próximo de
13%, mas espera que em 2017 a queda do rendimento real se estabilize.
Noticias ao minuto
Nenhum comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.