Economia| STF pode julgar hoje validade da terceirização de mão de obra
O
Supremo Tribunal Federal (STF) pode começar a julgar hoje (9) a validade da
contratação de trabalhadores terceirizados para a atividade-fim das empresas
privadas. O tema é um dos assuntos mais polêmicos que envolvem patrões e
empregados e pode mudar a atual forma de contratação direta de funcionários em
todo o país.
A
ação em que a terceirização será discutida é relatada pelo ministro Luiz Fux e
está na pauta de julgamento da sessão de hoje à tarde. No entanto, não há
confirmação de que o processo será chamado para julgamento. Está prevista uma
homenagem a um ex-integrante da Corte e a finalização de um julgamento pendente
da última sessão.
Atualmente,
uma regra editada em 1994 pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) proíbe que
empresas terceirizem sua atividade-fim por meio da contratação de outra que
forneça a mão-de-obra para a realização de um determinado serviço.
Dessa
forma, uma empresa não pode tomar os serviços de outra para contratar
funcionários ligados à atividade-fim, ou seja,
referente à sua área de atuação, com o objetivo de reduzir custos e não
criar vínculo trabalhista.
Na
época, ao barrar a terceirização da atividade-fim, o TST entendeu que deveria
assegurar a igualdade de condições de trabalho e de salários dos terceirizados
e dos efetivos, mesmo diante de uma lei que a proíba explicitamente.
A
regra é contestada no Supremo por uma empresa do ramo de celulose, que foi
condenada na Justiça do Trabalho por contratar funcionários terceirizados. A
regra do TST foi aprovada porque, até o momento, nenhuma lei foi aprovada no
Congresso para liberar ou impedir a terceirização.
A
atividade-meio já é autorizada pela Justiça trabalhista, como serviços de
limpeza e vigilância.
Trabalhadores
A
Central Única dos Trabalhadores (CUT) é contra a terceirização por entender que
a eventual liberação pelo Supremo vai desestruturar o mercado de trabalho e
piorar as condições dos trabalhadores, além de
permitir que qualquer empresa possa terceirizar todo o quadro de
funcionários.
Dessa
forma, segundo a CUT, a contratante não assume a responsabilidade sobre os
terceirizados para priorizar a contenção de gastos. A entidade também lembra
que quando a empresa terceirizada deixa de funcionar, a contratante não se
responsabiliza pelos passivo trabalhista.
De
acordo com a CUT, dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese) mostram que os salários
do terceirizados são 25% em média mais baixos do que os dos trabalhadores
contratados diretamente, e a carga horária semanal é de três horas a mais, além
dos números superiores de acidentes de trabalho em relação aos funcionários com
vínculo.
Empresários
A
Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende a liberação da terceirização
para a atividade-fim das empresas por entender que o processo possibilita
reduzir custos operacionais e baixar o preço final dos produtos para o
consumidor. Para a CNI, com a
terceirização é possível melhorar a competitividade das empresas e a eficiência
na produção, com a implementação de tecnologia, entre outras vantagens.
Do Noticias ao Minuto
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