Brasil| Por causa de ocupações, alunos devem fazer Enem com presos
Cerca
de 95 mil alunos que prestariam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no
próximo fim de semana devem ter mais um mês para se preparar. O Ministério da
Educação (MEC) estuda aplicar o exame em 6 e 7 de dezembro (terça e
quarta-feira) para os candidatos cujos locais de prova são escolas atualmente
ocupadas pelo movimento de protesto dos secundaristas.
Esta
data já havia sido definida para candidatos que estão presos e jovens sob
medida socioeducativa. Eles fazem uma prova diferente mas, segundo o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com o
mesmo rigor e o mesmo balanço de dificuldades aplicados aos alunos em
liberdade.
Neste
ano, essa prova deve ser aplicada também aos alunos que prestariam o Enem nas
escolas que estão ocupadas. Para funcionários do MEC, faltaria tempo hábil para
a elaboração de uma terceira versão do exame, tornando essa alternativa a mais
viável para o ministério.
O
ministro da Educação, Mendonça Filho, recomendou que os estudantes recuassem
voluntariamente das ocupações até esta segunda-feira, 31, apelando para o que
chamou de "bom senso". Levantamento mais recente da União Brasileira
de Estudantes Secundaristas (Ubes), divulgado na noite de sexta, apontava que
1.197 instituições de ensino seguiam ocupadas em 19 Estados e no Distrito
Federal (DF) - nesta segunda-feira, a entidade estudantil não divulgou números.
Os
estudantes protestam contra a medida provisória que determinou a reforma do
ensino médio, contra a PEC 241 - que institui o teto e congela as despesas do
governo, incluindo a área de educação, por até 20 anos - e também contra o
projeto Escola sem Partido, que tramita no Congresso Nacional.
O
MEC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só vai se manifestar
oficialmente sobre o tema hoje à tarde, mas que "acompanha o caso com
muita responsabilidade".
Até
as 12 horas, o Inep vai receber um relatório do consórcio aplicador do Enem
informando a situação de todos os locais de prova e, então, consolidará a lista
final dos prédios em que o exame não será realizado em função das ocupações nos
Estados. Nos demais colégios, as datas da prova se mantêm neste fim de semana.
Custo
Na
semana passada, a pasta já havia informado que a aplicação do Enem em uma nova
data acrescentaria R$ 8,5 milhões ao custo total do exame que, em 2016, ficou
em R$ 788 milhões. A opção de apenas alterar os locais de prova foi descartada
pelo ministério por motivos de "logística e de segurança".
A
Advocacia-Geral da União (AGU) informou que poderá cobrar judicialmente dos
responsáveis pelos protestos o valor gasto em cada nova prova aplicada (R$ 90)
e que "vai trabalhar para identificá-los", sem informar como vai
investigar e quem vai identificar as pessoas ou verificar as denúncias.
Os
alunos que forem afetados pela possível mudança de data devem ser avisados por
e-mail, SMS e na Página do Participante, no site do Enem. Esses candidatos
representam menos de 1% dos inscritos, que superaram 8,6 milhões neste ano. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Do
Noticias Ao Minuto
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