Brasil| Decisão sobre chapa Dilma-Temer será histórica, diz ministro do TSE
O
ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman Benjamim, relator do
processo de cassação da chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual
presidente Michel Temer, disse que o caso "é o maior processo da
história" do TSE e sua decisão será "histórica".
Benjamim
afirmou neste sábado (5) que o ponto de partida do caso será a presunção de
inocência e que será garantido o pleno direito de defesa dos acusados.
"Isso
aqui não é um processo de impeachment do Congresso Nacional. O TSE não é um
tribunal político, é um tribunal que decide sobre fatos, com base na lei e
constituição", disse.
O
ministro também comentou ter ficado impressionado com a extensão do caso de
corrupção na Petrobras ao ouvir os delatores da Operação Lava Jato no decorrer
do processo do TSE.
"Vocês
conhecem a expressão da [escritora] Hannah Arendt, se referindo a outro
contexto, a 'banalidade do mal'. Aqui era a 'normalidade da corrupção', e
vários deles, eu sempre fazia essa pergunta, diziam 'as empresas já têm esse
valor, isso faz parte do negócio'."
O
relator também disse que os acordos de colaboração de acusados e empresas na
Lava Jato não estão levando em conta os prejuízos que a Petrobras poderá ter em
razão de processos em curso contra a empresa no exterior.
"Isso
tem que ser debitado na conta de quem causou o escândalo",
afirmou.Benjamim, porém, não quer fazer uma previsão de como dará seu voto ou
processo será julgado, bem como se haverá cisão entre a situação de Dilma,
cassada pelo Congresso de maneira definitiva em agosto, e Temer, vice na
eleição de 2014 e efetivado como presidente neste ano.
HISTÓRICO
O
ministro herdou em agosto a relatoria de quatro ações que tramitam no órgão
pedindo a cassação da chapa de Dilma e Temer.
Como
a petista já foi afastada do cargo, o atual presidente é quem poderia estar
sujeito à perda de mandato, em caso de condenação. Em tese, Dilma também
poderia se tornar inelegível -ela teve mantidos os direitos políticos.
Nas
ações, apresentadas pelo PSDB (da chapa dos senadores Aécio Neves e Aloysio
Nunes, derrotados no pleito) entre o final de 2014 e o começo de 2015, Dilma e
Temer são acusados de abuso de poder econômico e recebimento, na campanha, de
recursos desviados de obras estatais.
Em
delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, executivos da Andrade
Gutierrez, por exemplo, disseram que propinas obtidas em contratos firmados com
a Petrobras, a usina de Angra 3 e a hidrelétrica Belo Monte viraram doações
legais para o PT.
Delatores
da Lava Jato, como os empreiteiros Ricardo Pessôa (da UTC) e Otávio Marques de
Azevedo (da Andrade) já foram ouvidos como testemunhas nos processos.
Com
o argumento de que seu partido, o PMDB, tinha um comitê financeiro próprio na
campanha e que as prestações de conta foram distintas, o presidente Michel
Temer busca fatiar o julgamento das ações no TSE.
Aliados
do peemedebista já afirmaram que, se necessário, a tese será levada também ao
STF. A defesa de Dilma nega irregularidades. Com informações da Folhapress.
Do Noticias Ao Minuto
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