Brasil| Contra Temer, 27 universidades aprovam greve a partir de quinta
Depois
da mobilização dos estudantes da educação básica e universitários contra a PEC
do Teto de Gastos e a Medida Provisória que reforma o ensino médio, propostas
do governo Michel Temer (PMDB), os professores de ao menos 27 universidades
federais aprovaram greve a partir de quinta-feira, 24, por tempo indeterminado,
segundo a Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
(Andes), principal sindicato da categoria. A maioria das instituições é de
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
"A
conjuntura política está cada vez mais acirrada, a PEC foi aprovada na câmara
sem discussão nenhuma com a sociedade. Por isso, sentimos a necessidade de
ampliar a mobilização contra essas medidas", disse Eblin Farage,
presidente da Andes.
Segundo
Eblin, outras 17 instituições estão com indicativo de greve e devem votar a
participação nos próximos dias. Entre elas, está a Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp) que aprovou indicativo de paralisação para os dias 28 e 29 de
novembro. "As universidades já vivem hoje com um corte de gastos severo. A
PEC vem para reduzir ainda mais o orçamento que já insuficiente para a
manutenção das instituições."
De
acordo com Eblin, os docentes também são contrários à "forma e
conteúdo" que a reforma do ensino médio foi apresentada pelo governo
Temer. "Primeiro, por ter sido uma mudança importantíssima e que querem
empurrar sem nenhuma discussão. E segundo, por impactar diretamente nas
universidades que formam os professores que dão aulas no ensino médio e que
podem não ter mais suas disciplinas como obrigatórias na grade
curricular", disse.
No
ano passado, docentes e funcionário técnico-administrativos de 48 das 63
universidades federais do País ficaram mais de dois meses em greve contra os
cortes orçamentários. A paralisação fez com que o início das aulas do segundo
semestre fossem adiadas em algumas unidades e afetou em junho a matrícula dos
aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa a nota do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem).
Mobilização
De
acordo com o último levantamento da União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas (Ubes), 223 universidades estão ocupadas no país contra as duas
propostas. Também estão ocupadas 393 escolas - no fim de outubro o número
passava de mil.
Com
a pressão para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pela
atuação mais forte das polícias para a desocupação de colégios, a mobilização
contra as medidas do governo federal se concentraram nas universidades. Com
informações do Estadão Conteúdo.
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