Política| Impeachment de Dilma foi pelo pré-sal, diz especialista
As
petrolíferas internacionais prestaram muita atenção à plataforma continental
brasileira quando o parlamento do país aprovou a lei que permite aos
investidores estrangeiros explorar poços de petróleo no pré-sal.
Na
semana passada, o Congresso Nacional do Brasil votou a lei que abole a norma
que obrigava que a estatal Petrobras devesse ter uma parte não inferior a 30%
em projetos de extração de petróleo na plataforma continental.
O
analista da empresa IFC Markets, Dmitry Lukashov, disse ao serviço russo da
Rádio Sputnik que é duvidoso que o Brasil mantenha o direito ao seu próprio
petróleo. Ele afirmou que era muito provável que depois da saída da
ex-presidenta Dilma Rousseff as empresas estrangeiras recebessem acesso à
plataforma continental com poços de petróleo no Brasil.
"O
Brasil dispunha de forma independente do seu petróleo desde 1997, quando a
Petrobras recebeu o direito às jazidas. Pelos vistos, eles irão explorar estas
jazidas em regime de concessão e pagar impostos para o orçamento
brasileiro", afirmou.
Na
sua opinião, talvez toda a indústria petrolífera do Brasil possa ficar nas mãos
de empresas estrangeiras.
"Isso
está na lógica do impeachment, da saída da presidenta Rousseff que representava
o Partido dos Trabalhadores. Agora outras forças chegaram ao poder e consideram
que é preciso explorar os poços de petróleo em conjunto com empresas
estrangeiras. Penso que é uma decisão política ligada à mudança de governo e de
presidente", disse Lukashov.
Entretanto,
o especialista sublinhou que as empresas russas não participarão de uma
projetada concessão. A Petrobras explora cerca de 93% do petróleo brasileiro,
mas há a presença de empresas estrangeiras, em particular, de três empresas –
Chevron, Shell e Statoil – que produzem 1-3% do petróleo do Brasil.
"As
empresas russas praticamente não estão presentes [no mercado brasileiro]. É
mais provável que estas três empresas tenham mais oportunidades de receber
parte da concessão de produção de petróleo", disse.
Quanto
ao destino da Petrobras, Lukashov disse que não ele é claro. A empresa tem uma
dívida de $125 bilhões e planeja receber cerca de $40 bilhões por estes poços
de petróleo. O preço das suas ações cresce de forma dinâmica. "Pode ser
que um pacote de ações seja privatizado, isso não é de excluir."
Lukashov
disse que a grande dívida da Petrobras é explicada pela queda do preço do
petróleo no mercado global. A empresa queria explorar a plataforma continental
de forma independente, mas o plano de trabalhos não previa um preço tão baixo e
a empresa teve de pedir empréstimos.
Do NoticiasAoMinuto
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