A
Polícia Civil abriu inquérito para investigar uma clínica de tratamento para
dependência química localizada em Várzea Grande, região metropolitana de
Cuiabá, suspeita de maus-tratos e tortura a adolescentes internados. O caso foi
denunciado pelo Conselho Tutelar de Denise, a 208 km da capital, que
acompanhava a internação de um menor de idade de 17 anos do município.
A
Comissão de Direitos Humanos da OAB-MT (Ordem dos Advogados do Brasil seccional
Mato Grosso) também recebeu denúncia e acompanha o caso.
Durante
uma visita de rotina no dia 24 de outubro, o adolescente contou aos
conselheiros tutelares que era amarrado, dopado e que levou um golpe conhecido
como 'mata-leão' que o fez vomitar e quase desmaiar, e que era obrigado a tomar
remédios sem receita médica.
O
menor de idade relatou ainda que os monitores do local lhe aplicavam injeção
sem ter preparo para tal e que quando a família lhe mandou dinheiro, a clínica
ficou com uma parte dele. E disse também que no local estaria havendo abusos
sexuais, que a comida servida estava vencida e que a água, possivelmente,
contaminada.
O
Conselho Tutelar de Denise contou ao G1 que viu, na clínica de reabilitação,
dois pedaços de madeira que seriam usados para bater nos adolescentes. Em um
deles, estava escrito 'paracetamol', enquanto no outro, 'dipirona'. Ambos são
remédios analgésicos. E informou que outros adolescentes internados pediram ajuda
para serem retirados do local.
Os
conselheiros relataram que, no mesmo dia, buscaram ajuda do Conselho Estadual
de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e, com a anuência do órgão,
procuraram a Polícia Civil para registrar três boletins de ocorrência.
Na
noite do dia 24, com acompanhamento da Polícia Militar, os conselheiros
retiraram o adolescente, que foi levado para fazer exame de corpo de delito. O
menor de idade chegou a ser levado para outra clínica, mas foi retirado e agora
está sob os cuidados do pai, que mora em Campo Novo do Parecis.
A
Delegacia de Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso abriu inquérito sobre o
caso, que está sob a responsabilidade da delegada Ana Paula de Campos. A OAB-MT
pediu ao Ministério Público Estadual para vistoriar a clínica.
Do G1
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