Mato Grosso| Atestados médicos falsos são oferecidos por aplicativo de celular
Um
esquema criminoso e antigo que agora é oferecido por meio de aplicativo de
celular: atestado médico falsificado. Pelo aplicativo de celular, os criminosos
fazem a oferta de preços. Em uma das mensagens, um atestado médico de 3 dias
sai por R$ 40 reais; o de 5 dias, por R$ 50; e o de 8 dias, R$ 70.
Ainda
segundo a mensagem, se o interessado precisar de mais ou menos dias, dá pra
negociar. E o texto ainda traz a frase: "Trabalhar é bom, mas folgar é
melhor ainda".
Este
homem que participa do grupo onde a mensagem foi enviada ficou indignado. Ele,
que pediu para não ser identificado, está desempregado. “Desde junho sem
emprego, precisando trabalhar. Aí recebo uma mensagem dessa aí... dá uma
revolta mesmo. Tá ocupando a vaga de quem tá querendo trabalhar. Falta de
caráter mesmo”, disse.
A
reportagem ligou para o número que fez a proposta duas vezes, mas nenhuma das
ligações foi atendida.
Apresentar
um atestado médico falso pode ter consequências trabalhistas e penais. Caso a
fraude seja descoberta, dá ao empregador o direito de demitir o funcionário por
justa causa e ainda pode virar caso de polícia.
“Na
maioria das vezes os atestados falsos são bem grosseiros. Basta uma consulta ao
médico que teria assinado, uma consulta na unidade de saúde que teria feito
exame nele, que se comprova isso. É crime passível de punição com cadeia.
Detenção”, disse Hélio Machado, membro da Comissão do Direito do Trabalho da
OAB-MT (Ordem dos Advogados do Brasil).
A
pena é de um a cinco anos de prisão e multa se o atestado for de um órgão
público e de um a três anos de prisão e multa, se for de empresa particular.
O
médico que emitir atestado falso também pode ser punido por falsificação, com
pena de um mês a um ano de prisão. Para o Conselho Regional de Medicina
(CRM-MT), é dificil fazer o controle. Qualquer um pode falsificar um atestado.
“O
mais importante é que a polícia investigue e prenda e isso vai levar com que
ocorra uma desestimulação de quem fornece e recebe esse tipo de atestado”,
disse Gabriel Felsky dos Anjos, vice-presidente do CRM-MT.
Em
Cuiabá, uma advogada ganhou uma causa contra uma babá que entrou na Justiça
após ser demitida durante a gravidez, quando teria direito a estabilidade no
emprego. A funcionária apresentou um atestado médico, só que no período de
afastamento por doença, ela publicou fotos nas redes sociais aproveitando uma
viagem ao litoral.
“As
fotos demonstravam que ela passou as festas de final do ano com a família. E as
frases que ela colocava nas fotos deixava isso muito claro, porque ela escrevia
coisas como 'Pergunta se eu tô bem, tô bem demais', o que não é compatível com
uma gravidez de risco”, disse a advogada Fernanda Brandão Cançado.
Do G1
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