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Mato Grosso| Aluno é preso ao pagar para mudar de categoria de CNH sem fazer prova

Um aluno de uma autoescola e um homem que articulava vendas de carteira de habilitação foram presos por fraude de CNH em uma operação da Polícia Civil, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Os dois suspeitos vão responder por falsidade ideológica e tráfico de influência. As prisões e ações ocorreram na quarta (19) e quinta-feira (20), mas foram divulgadas nesta sexta-feira (21).

Só neste ano, 54 das 331 autoescolas de Mato Grosso foram fiscalizadas por suspeita de fraude. O condutor que participa dessa fraude pra tirar a carteira também pode perder a habilitação e responder criminalmente.

Segundo a Polícia Civil, o proprietário de uma autoescola também foi conduzido por inserção de dados falsos no sistema de informação do Departamento de Trânsito (Detran) de Mato Grosso. O dono da autoescola admitiu a prática de inserção de dados falsos. No entanto, por não estar em situação de flagrante, foi liberado e deve responder ao crime em liberdade.

Os policiais monitoravam um aluno de uma autoescola faria um pagamento para conseguir mudar a categoria da carteira de habilitação sem fazer a prova prática exigida pelo Detran. O homem apontado como 'articulador' tinha uma associação com o dono da autoescola, conforme a investigação.

“Ele tinha uma autoescola em Poconé [a 104 km de Cuiabá], foi descredenciado e teve o local fechado. Ele passou a agir informalmente de forma ilícita, junto com a autoescola investigada. É um intermediador, agenciador, que cooptava clientes que queriam a primeira CNH ou alterações”, explicou o delegado Marcelo Martins Torhacs.

O 'articulador' faria a aprovação do aluno sem a realização efetiva do teste prático, através da inserção de dados/conteúdo falso na lista de presença e laudo de prova do Detran. Os policiais conseguiram flagrar, no local da prova prática, a assinatura do aluno na lista de presença e no laudo da prova prática. O candidato saiu do local após assinar os documentos, orientado pelo suspeito.

O aluno, que possui habilitação para dirigir carros e motocicletas, queria receber a carteira tipo D, específica para motoristas de caminhões e veículos de grande porte. O suspeito é motorista de um garimpo em Poconé.

Esquema

Ao ser interrogado, o aluno admitiu que havia 'combinado' com o suspeito de 'apenas comparecer ao local de prova prática para assinar a lista de presença e laudo de prova prática'. O suspeito disse ao aluno que poderia ir embora, pois 'não seria necessário realizar a prova prática; que estava tudo certo'.

Foi verificado que os examinadores reprovaram o aluno sob o fundamento de que 'não completou todas as etapas do exame'.

O homem que articulou a fraude admitiu que cobrou R$ 1,5 mil do aluno. Desse valor, R$ 800 seriam pagos a dois examinadores do Detran para aprovar o candidato sem a realização efetiva da prova prática. Outra parte, sendo R$ 500, seria paga ao proprietário da autoescola.


O terceiro envolvido inseriria os dados falsos dizendo que o aluno fez 20 aulas práticas, o que não ocorreu. O aluno recebeu seis aulas, conforme declaração do dono da autoescola. O aluno e o suspeito foram encaminhados para a Cadeia Pública de Várzea Grande.
Do G1

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