Dia
17 de outubro, o pastor Behnam Irani foi libertado da violenta prisão Ghezel
Hesar, na cidade de Karaj. Ele passou seis anos na prisão por causa de sua fé
em Cristo. As acusações que pesavam contra ele são genéricas e não foram
comprovadas, como é comum em países com regime ditatorial, afirmava-se que ele
“atenta contra a segurança nacional”, era o “criador de uma rede para derrubar
o sistema” e responsável por “espalhar corrupção sobre a Terra”.
Essa
última poderia ser punida com a pena de morte. No sistema islâmico do governo
iraniano, argumentos assim são usados para intimidar os cristãos, considerados
adversários políticos.
Além
da expectativa de ser executado, Irani conviveu com sérios problemas de saúde
enquanto esteve na prisão, pois seus órgãos internos foram afetados. A maioria
desses problemas são resultados dos maus tratos e sessões de tortura a que foi
submetido. O pastor também passou por longos períodos em confinamento solitário
para que parasse de falar sobre sua fé com os demais presos.
Sua
insistência em não negar a Cristo irritou as autoridades, que classificavam sua
atitude como rebeldia e desacato. A legislação iraniana prevê que prisioneiros
com bom comportamento, podem ser libertados condicionalmente após cumprirem
mais da metade de sua pena. Esse benefício não foi oferecido a Irani.
Em
um comunicado, o ministério cristão Present Truth, com atuação no Oriente
Médio, confirmou que o pastor de 43 anos já está em casa com sua
família. O comunicado divulgado diz: “Agradecemos a todos por suas orações.
Nosso Senhor o preservou de uma forma poderosa!”
Apelo
aos cristãos
Behnam
Irani é um conhecido líder da igreja subterrânea do Irã. Ele foi preso pela
primeira vez em 2006, pois fazia trabalhos de evangelização, o que é proibido
pelo governo iraniano. Depois de um ano, foi libertado sob fiança. Em 2008, foi
novamente julgado e condenado a 5 anos de prisão. Felizmente, o juiz comutou a
sentença por liberdade condicional no mesmo período.
O
pastor voltou a ser preso em 2010, quando policiais invadiram uma reunião
comandada por ele que reuniu cerca de 300 pessoas. Todos os participantes foram
interrogados e no local foram encontradas Bíblias, literatura cristã e DVDs com
filme e sermões.
A
simples posse desse material já é considerado crime pelo regime de Teerã.
Alguns meses depois Irani conseguiu sair sob fiança. O caso foi a julgamento no
ano seguinte e o líder religioso foi novamente condenado à prisão. Por causa
disso, a suspensão dos 5 anos acabou sendo revogada. Ele estava preso desde
então.
Entre
as várias mensagens que enviou por carta no período de reclusão, uma das mais
recentes tornou-se conhecida internacionalmente após ser divulgada pela Missão
Portas Abertas, que dedica-se a ajudar a igreja perseguida.
“Muitos
companheiros de cela na prisão me perguntam por que estou pagando um preço tão
alto por crer em Jesus Cristo. Eles querem saber por que não nego minha fé e
volto para minha esposa e para meus filhos”, contou.
“Pergunto
a mim mesmo qual foi o preço pago pelo Senhor para me salvar e me transportar
do reino das trevas para o reino da luz. A morte de Jesus Cristo na cruz, o
sangue do Cordeiro de Deus! Sim, esse foi um alto preço. Assim, eu também sou
capaz de preferir a prisão à liberdade. Decidi manter minha fé em nosso Senhor
e continuar preso”, revelou Irani.
Finalizou
dizendo: “Quero encorajar você a compreender o valor de sua fé. Temos recebido
a salvação de graça, mas lembre-se: ela não foi gratuita. Deus pagou por ela.
Ele sacrificou seu amado Filho, Jesus Cristo. Lembre-se de que este é o único
caminho para Deus”.
Do Noticias Ao Minuto
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