Foco e Fé| Possuir Bíblia já é motivo para cristãos serem presos no Nepal
No
Nepal, cristãos representam menos de dois por cento dos 28 milhões de pessoas.
A grande maioria da população é hindu. As mudanças na legislação resultaram em
grande restrição da liberdade religiosa.
Oito
cristãos atualmente aguardam julgamento, acusados de evangelização ilegal. Eles
foram presos após terem distribuído uma história em quadrinhos que contava a
vida de Jesus para crianças. O material era oferecido gratuitamente para as
pessoas atendidas em sessões de aconselhamento, direcionadas aos sobreviventes
do terremoto de 2015.
Tanka
Subedi, pastor da Igreja Família de Deus, com sede na capital Kathmandu explica
que nos últimos dois anos, a perseguição aos cristãos no país aumentou
drasticamente. Ele afirma que existem pelo menos 15 casos denunciados que podem
resultar em mais prisões.
“Os
cristãos foram presos e espancados sem motivo”, protesta. “Os líderes políticos
estão acusando falsamente os cristãos de oferecer dinheiro para as pessoas se
converterem”.
Os
pastores agora estão com medo de distribuir Bíblias e literatura cristã como
costumavam fazer pois temem que seja um policial disfarçado, que poderá
acusá-los de tentar converter os outros à força.
“As
crianças estão traumatizadas”, acrescenta. Desde meados do ano, orfanatos e
ONGs cristãs que trabalham com igrejas estão sendo regularmente perseguidas.
Isso inclui o trabalho com meninos e meninas. Diversas igrejas descobriram que
foram jogadas na ilegalidade.
O
pastor Tanka esclarece a situação, lembrando que o governo baixou uma nova lei
que “revoga a liberdade das minorias religiosas. Os parentes dos cristãos que
estão presos passam por grandes apuros, pois não têm dinheiro para os custos
legais. Quando é o chefe da família que está na cadeia, não podem mais prover
para sua família”.
Ele
clama que os “cristãos do Ocidente orem com urgência pelo Nepal e tomem alguma
ação prática, pedindo que seus governos protestem contra a supressão de
liberdade dos cristãos nepaleses”.
Desde
que a nova Constituição do Nepal foi assinada, que fazia a transição de uma
monarquia hindu para uma república democrática secular, existe a previsão de
cadeia para quem tentar fazer outra pessoa mudar de religião. A nova onda de
perseguição ocorre em meio a um avivamento no país.
Os
casos mais urgentes são de Bimal Shahi, Prakash Pradhan e Shakti Pakhrin, que
foram detidos pela polícia acusados de tentativa de conversão ilegal por terem
distribuído literatura evangelística para as crianças.
Eles
fazem parte do ministério Teach Nepal e quando os policiais os prenderam foi
feita uma revista em seu carro. A Bíblia encontrada no automóvel foi usada como
‘prova’ de que eles praticavam o cristianismo. Em sua defesa, eles alegam que
não forçaram ninguém a repetir orações, apenas ofereceram o material para quem
se interessava.
Os
diretores das duas escolas que receberam os missionários foram presos, bem como
um pastor local que ajudou a Teach Nepal e fazer seu trabalho.
Acusações
falsas
A
Christian Solidarity Worldwide, ministério que trabalha com a igreja
perseguida, afirmou que a eventual condenação desses cristãos poderá criar um
precedente perigoso. A acusação é a primeira na história do país desde que a
Constituição foi promulgada, no ano passado.
Uma
das acusadas de forçar a conversão de crianças em outro caso, explica a
situação difícil que está vivendo. Ela ajudou diversas famílias a alimentar os
filhos depois do terremoto e decidiu fundar um orfanato em sua casa.
Após
uma denúncia, a polícia esteve no local e achou uma Bíblia no seu quarto. “Como
resultado, foi falsamente acusada de forçar as crianças à conversão religiosa.
É óbvio que um cristão tem Bíblia em casa, mas isso não significa que a pessoa
está fazendo proselitismo. Mas não adiantou eu explicar, pois fecharam o meu orfanato.
”
Quando
ela decidiu levar as 14 crianças que cuidava para um orfanato cristão na
capital Kathmandu, foi detida e acusada de tráfico humano. Se condenada, a pena
no seu caso será muito severa.
Do NoticiasAoMinuto
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