Igreja do Santo Sepulcro |
Pela
primeira vez desde o ano de 1555 o altar onde a maioria dos cristãos acredita
que o corpo de Jesus foi colocado após a crucificação foi exposto ao público. O
momento foi registrado enquanto prosseguem as obras de restauração na Basílica
do Santo Sepulcro, na cidade antiga de Jerusalém.
A
National Geographic está filmando todo o processo para um especial de TV. O
local é considerado um dos mais sagrados do mundo pelos cristãos da tradição
católica, ortodoxa e copta.
Líderes
dessas três ramificações do cristianismo estavam presentes quando a superfície
original começou a ser analisada pelos cientistas responsáveis pelo projeto.
Para o arqueólogo redrik Hiebert, membro da National Geographic Society, é
possível constatar que houve uma enorme quantidade de restaurações anteriores
no altar. “O mármore que cobria a tumba foi retirado e nos surpreendeu a
quantidade de camadas existentes abaixo dele”, afirmou.
“Será
uma longa análise científica, mas, no final, será possível ver a superfície
original da pedra onde, de acordo com a tradição, o corpo de Jesus Cristo
repousou”, acrescentou. O local ficou por séculos dentro de uma estrutura
chamada “edícula”, palavra latina que significa “casa pequena”.
A
estrutura retirada agora foi edificada em 1810, após a anterior ter sido
destruída por um incêndio. Com o terremoto de 1927 ela sofreu grandes
rachaduras e foi novamente restaurada.
Segundo
a tradição cristã, o corpo de Jesus Cristo teria repousado em um altar retirado
de uma rocha de calcário após sua crucificação. Essa pedra tornou-se um altar e
posteriormente foi colocada no centro da Basílica do Santo Sepulcro – uma das
igrejas mais antigas do mundo, construída em 325 d.C. a mando do imperador
Constantino.
No
ano 1009, a estrutura foi destruída pelo Califa Al-Hakim, mas restaurada em
1808 após as Cruzadas retomarem Jerusalém.
A
restauração completa do local, conduzida por cientistas da Universidade de
Atenas (Grécia), deverá ser concluída até março de 2017. O custo estimado da
obra é de 5 milhões de dólares.
Evangélicos não
reconhecem o local
A
Basílica do Santo Sepulcro poderia ser um exemplo de harmonia religiosa, mas em
sua história há casos de desentendimentos. Estranhamente, as chaves do templo
ficam nas mãos de uma família muçulmana e o espaço é dividido por seis
denominações cristãs, incluindo católicos romanos, ortodoxos armênios,
ortodoxos gregos e coptas.
Contudo,
para muitos teólogos e historiadores, sua localização não coincide com o relato
bíblico do túmulo pertencente a José de Arimateia, onde o corpo de Jesus foi
colocado (João 19:41). A tradição judaica também aponta para outro local onde
as crucificações eram realizadas.
O
Novo Testamento diz claramente que Jesus foi crucificado fora da cidade (João
19) e a Igreja do Santo Sepulcro fica dentro da cidade murada. A maioria dos
evangélicos prefere visitar o “jardim do túmulo vazio”, pois ele se encaixa com
a descrição bíblica.
Este
local fica a cerca de 400 metros das muralhas da Jerusalém antiga. Está ao lado
de uma rocha alta na qual é possível ver uma espécie de rosto, remetendo ao
nome Gólgota, que significa “caveira”. Desde 1867, o local vem sendo apontado
como o verdadeiro local da crucificação e ressurreição de Jesus. O espaço é
mantido por uma organização protestante inglesa.
Do
Gospel Prime
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