Economia| Governo tenta evitar aumento de gastos no Orçamento de 2017
Para
evitar um aumento de gastos no Orçamento de 2017, o Ministério da Fazenda
acertou com o relator do teto dos gastos públicos, deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS), a inclusão de um artigo na emenda constitucional que limita o
reajuste das despesas da União em 7,2% no próximo ano.
Nas negociações para elaboração
do relatório da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que cria o teto dos
gastos públicos, governo e relator combinaram que as despesas federais serão
corrigidas pela inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior. O
texto original previa que a correção seria pela previsão do IPCA do fim do ano.
Com a mudança, os parlamentares poderiam decidir trocar o
percentual que corrigiu a proposta de Orçamento de 2017, já enviada ao
Congresso, fixado em 7,2%, que é a previsão para inflação deste ano. Se isto
fosse feito, o que o governo quer evitar, seria aberto um espaço para aumentar
os gastos orçamentários no ano que vem. Afinal, pela nova regra, a correção
poderia ser de 8,8%, referente ao IPCA acumulado em 12 meses até junho último.
O aumento poderia ser de 1,6 ponto percentual.
A alteração poderia ser feita durante a votação do Orçamento do
ano que vem, já encaminhado, como determina a lei, no dia 31 de agosto. Para
evitar isto, que levaria a um aumento real das despesas públicas já na largada
do teto, o governo acertou com o deputado Darcísio Perondi a inclusão do artigo
na própria PEC.
Assim, o teto vai prever que, em 2017, as despesas serão
corrigidas em 7,2%. Apenas para 2018 é que valeria a regra de corrigir os
gastos pela inflação acumulada até junho do ano anterior. Aprovado o artigo na
própria emenda constitucional, os parlamentares terão de seguir a regra durante
a votação do Orçamento do ano que vem.
Os parlamentares podem também não concordar com esse artigo que
será incluído na emenda constitucional, abrindo a possibilidade de uma correção
maior das despesas do Orçamento de 2017. O governo, porém, vai argumentar que,
pela filosofia do teto, é preciso evitar aumento real das despesas diante do
rombo das contas públicas.
Neste momento, argumentam técnicos, a inflação ainda reflete
choques e desequilíbrios deixados pelo governo passado. No fim deste ano e nos
próximos, a expectativa é que a inflação caia por causa das medidas de ajustes
adotadas pelo presidente Temer.
Do NoticiasAoMinuto
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