Saúde| Fêmea do mosquito Aedes aegypti pode passar zika vírus a ovos e prole
Novo
estudo sobre a zika indica que mosquitos fêmeas da espécie Aedes aegypti podem
passar o vírus para seus ovos e sua prole. De acordo com cientistas americanos,
isso reforça a importância da inclusão de larvicidas no combate ao problema.
"Isso
significa que o controle da zika é mais difícil do que se pensava, porque os
inseticidas afetam os mosquitos Aedes aegypti adultos, mas normalmente não
matam ovos e larvas. Assim, eles reduzirão a transmissão, mas não eliminarão o
vírus", afirma um dos autores do artigo, Robert Tesh, da Universidade do
Texas em Galveston. O estudo foi publicado na revista científica American
Journal of Tropical Medicine and Hygiene.
Para
o especialista, se as autoridades quiserem controlar o surto que ocorre na
América Latina, o Caribe e Miami, são necessárias mais análises como essa, com
foco no próprio inseto. "Desde que o vírus da zika se tornou uma
emergência para a saúde pública global, a maior parte das pesquisas teve foco
no vírus e em seus efeitos nos humanos. Há bem menos pesquisas sobre o vírus
relacionado ao mosquito.”
Estudo
Para
verificar se a fêmea conseguia passar o vírus para a prole, os cientistas
injetaram a zika em mosquitos criados em laboratório. Após uma semana, eles
puseram ovos. Os pesquisadores coletaram e incubaram o material e, então,
criaram as larvas até que emergissem mosquitos adultos.
A
cada 290 insetos adultos, um estava contaminado, segundo a análise. "A
taxa pode parecer baixa. Mas, quando nós levamos em conta o número de mosquitos
em uma comunidade urbana tropical, é provavelmente uma taxa alta o suficiente
para permitir que alguns vírus persistam, mesmo quando os mosquitos adultos
infectados são mortos", explica Tesh.
A
transmissão da fêmea para o prole pode ser um mecanismo de sobrevivência para
os vírus, segundo os autores do estudo. O método seria utilizado em meio a
condições adversas, como períodos de baixas temperaturas nas regiões
temperadas, em estações secas nas áreas tropicais, ou em áreas nas quais muitas
pessoas se tornaram imunes graças a vacinações, ou infecções anteriores.
"Agora
nós precisamos mostrar que a transmissão vertical ocorre também na natureza.
Para fazer isso será preciso coletar larvas em áreas onde o vírus tem
circulação ativa. Encontrar larvas infectadas em um pneu abandonado ou em um
recipiente de água seria a evidência da transmissão vertical", disse Tesh.
Já
se sabia que mosquitos Aedes aegypti passam outros vírus para sua prole, como o
da dengue e da febre amarela.
Do Noticiasaominuto
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