Política| Judiciário pode 'cometer o mesmo erro de 1964', diz Toffoli
O
ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli disse nesta sexta-feira
(16) que a Justiça corre o risco de "cometer o mesmo erro que os militares
cometeram em 1964" se a política for criminalizada e o Judiciário
"exagerar no ativismo".
Ao
palestrar em evento de direito tributário em Belo Horizonte, Toffoli listou
momentos da história do Brasil em que as Forças Armadas agiram como "poder
moderador": destituíram governos e depois devolveram aos civis.
Ele
afirma que, no entanto, no golpe de 1964, os militares quiseram "se achar
os donos do poder" e se desgastaram com isso.
"Com
o desgaste dos militares, porque eles deixaram de ter autoridade moral de ser o
poder moderador das crises da federação brasileira, quem acaba por assumir é o
Poder Judiciário", afirmou.
"E
nesse protagonismo, o Poder Judiciário tem que ter uma preocupação: também não
exagerar no seu ativismo. Se exagerar no seu ativismo, ele vai ter o mesmo
desgaste que tiveram os militares."
Toffoli,
que falaria no evento sobre direito tributário, deixou o tema de lado disse que
era "mais importante fazer essas reflexões".
"Se
criminalizar a política e achar que o sistema judicial vai solucionar os
problemas da nação brasileira, com moralismos, com pessoas batendo palma para
doido dançar e destruindo a nação brasileira e a classe política... É o sistema
judicial que vai salvar a nação brasileira?", questionou.
Segundo
o ministro, a Justiça tem que "resolver a crise de maneira pontual" e
quando for provocada ou vai haver um "totalitarismo do Judiciário e do
sistema judicial"."Se nós quisermos ser os protagonistas da sociedade
brasileira, começarmos a fazer sentenças aditivas, começamos a fazer operações
que tem 150 mandados de busca e apreensão num único dia... Temos que
refletir", acrescentou.
Do Noticiasaominuto
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