Esporte| São Paulo usa receita recorde para tentar sair do buraco, e pagar Maicon
A
crise do São Paulo não é deste ano: vem pelo menos desde 2014 quando Carlos
Miguel Aidar assumiu o clube. E o buraco em que o clube se meteu, além dos
problemas políticos, tem relação direta com rombos financeiros. Por isso, a
diretoria são-paulina tenta usar uma receita recorde que obteve até agora em
2016 para resolver essas questões e tentar sair desse imbróglio.
O
São Paulo obteve receita de R$ 280 milhões até julho de 2016, segundo o diretor
financeiro, Adilson Alves Martins. Isso representaria R$ 40 milhões por mês, o
que ultrapassaria qualquer renda do clube em anos anteriores. Para se ter ideia,
o clube fechou com R$ 331 milhões, ou R$ 27,5 milhões por mês. Ressalte-se que
as rendas estavam concentradas no primeiro semestre.
O
valor obtido é bem superior ao projetado no orçamento até este período que
seria de R$ 190 milhões. Isso graças às vendas de jogador (R$ 60 milhões),
patrocínio, bilheteria, prêmios de Libertadores acima do projetado, além de
receitas de televisão.
As
despesas ficaram em R$ 196 milhões, também acima do projetado que era de R$ 150
milhões. Mas, ainda assim, houve uma sobra ainda mais se somadas as luvas da
Globo (R$ 60 milhões) que não estão contabilizadas acima.
E
o que clube fez e fará com essa sobra? Primeiro, houve a redução de um terço da
dívida de empréstimos (R$ 170 milhões para R$ 115 milhões). Ressalte-se que esse
é só o valor de empréstimos. O débito total do clube ao final de 2015 somava R$
359 milhões (incluindo R$ 77 milhões fiscais). Só ao final de 2016 o se saberá
qual o tamanho da redução. E situação não é de céu de brigadeiro.
''Tivemos
esse superávit nestes meses, mas agora passamos a pagar o contrato do Maikon
então há dinheiro para pagar isso'', contou o diretor Alves Martins. ''Faremos
uma grande gestão sem fazer loucura para resolver a questão.''
Explica-se:
nos últimos dois anos, o São Paulo somou déficit de R$ 180 milhões em dois
anos. Cada vez os juros bancários se acumulavam mais, a dívida privada e
pública crescia. O clube até imposto deixou de pagar. Agora a perspectiva da
diretoria é acabar com pequeno superávit ao final do ano. ''O orçamento previa
déficit de R$ 10 milhões, mas achamos que dá para acabar com um número
positivo'', contou o diretor são-paulino.
Outra
medida que está em curso é renegociar a dívida de empréstimos que existe para
ser paga em cinco anos. Assim, o clube sairia da asfixia dos dois últimos anos.
''Hoje, o São Paulo vende jogador se a proposta for muito boa. Se não for, pode
adiar um pouco. Diferente de quando precisava vender de qualquer jeito para
pagar'', analisou o diretor.
As
medidas da diretoria serão mostradas ao Conselho Deliberativo na segunda-feira.
Esse números indicam que o clube se ajeitou para sair do buraco do financeiro.
Mas a real situação só será conhecida com o balanço do final de 2016 já que o
São Paulo não divulga dados trimestrais.
Do Uol
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