Esporte| Jesus criticou Palmeiras e disse que pensou em desistir do City
Enquanto
encara dentro das quatro linhas a briga pela liderança do Campeonato
Brasileiro, o Palmeiras segue em disputa judicial com o ex-agente de Gabriel
Jesus, Fábio Caran, sobre 22,5% dos direitos da venda do atacante ao Manchester
City (ING) (cerca de R$ 25 milhões). O "UOL Esporte" teve acesso ao
processo e a conversas entre o atacante e Caran nas quais o camisa 33, em meio
a duras críticas à diretoria alviverde, diz que quase desistiu da negociação.
As
imagens das conversas via WhatsApp foram anexadas como forma de defesa do
ex-empresário do jogador. Cabe a ressalva: anexar provas falsas ou forjadas a
um processo configura crime, e pode ter grandes repercussões não só para a
parte, mas também para os advogados. O intuito de Caran é usar o diálogo como
um elemento da defesa no processo contra o clube alviverde.
Gabriel
Jesus afirma que cogitou até não se transferir à Inglaterra, apenas para
impedir o Palmeiras de lucrar com a transação. Fala em "egoístas", e
diz ao ex-empresário que tentou interceder para que este recebesse parte dos 32
milhões de euros (R$ 115 milhões) da transação.
"Fábio,
você sabe como o presidente é. Por mim, o Palmeiras pegava apenas o que tem
direito. Sério. De verdade. Mas, infelizmente, ainda existem pessoas egoístas
demais. Juro, quase desisti de fechar esse negócio para o Palmeiras não ganhar
nada" escreve o jogador.
Jesus
ainda defende o direito do ex-agente, e volta a citar Paulo Nobre, dizendo que
não tinha como convencer o mandatário a pagar um percentual a
Caran."Fábio, eu já falei para os caras pagarem o certo. Eu não tenho como
obrigar, não assinei nada ainda e até eu assinar a gente tenta. Mas, pô, eu não
posso obrigar o presidente a fazer algo, e tu sabe [sic] como ele é",
relatou o atacante.
O
UOL Esporte entrou em contato no domingo (25) à tarde com Caran, que preferiu
não se manifestar sobre o assunto. Já o atacante se pronunciou por intermédio
de um comunicado divulgado pela FutPress, empresa que gerencia o relacionamento
de Jesus com a imprensa.
"Lamento
o fato de um trecho de uma conversa com o meu ex-agente ter sido utilizada de
maneira descontextualizada, incompleta e sem nenhuma responsabilidade.
Infelizmente, fui enganado e manipulado por uma pessoa que antes eu
confiava", escreve Gabriel Jesus.
"Utilizar
uma conversa particular que foi 'preparada' com segundas intenções mostra um
pouco da índole e caráter dessa pessoa. É uma pena, mas a minha história com a
torcida, diretoria do Palmeiras e o presidente Paulo Nobre são muito maiores do
que isso. Já passei o caso aos meus advogados que tomarão as mediadas
cabíveis", promete o atacante de 19 anos.
Enquanto
Jesus promete até usar a Justiça para se defender, o Palmeiras considera o caso
resolvido. O clube também emitiu uma nota oficial, a pedido da reportagem do
"UOL Esporte".
"O
Palmeiras já tinha ciência do conteúdo das mensagens e, principalmente, o que
há por trás dessa conversa. O jogador explicou a situação à diretoria do clube
e deixou o caso totalmente esclarecido",
PALMEIRAS CONTRA
EX-EMPRESÁRIO
O
Palmeiras entrou com um processo para incorporar 22,5% dos direitos econômicos
de Jesus antes mesmo de confirmada a venda. O clube de Palestra Itália enxerga
uma quebra de contrato por parte de Fábio Caran e se diz no direito de receber
52,5% da negociação com o time da Premier League -algo em torno de R$ 76
milhões.
A
divisão nos direitos econômicos de Gabriel Jesus surgiu em dezembro de 2014,
data na qual deu-se a última renovação de contrato do atacante com a
instituição palestrina. Para ceder às exigências dos empresários (na época,
Caran e Cristiano Simões), o Palmeiras precisou ceder 70% de um possível lucro
a duas partes.O agente Cristiano Simões, por meio da CR Sports, recebeu 47,5%
dos direitos, enquanto os 22,5% de Fábio Caran se dirigiram à empresa Naima
Ferreira Ltda., pertencente à Naima Ferreira, mulher do agora antigo
empresário.
Uma
cláusula -até de defesa por parte do clube- previa a proibição do repasse e
venda do porcentual para qualquer outra empresa. A pena variava entre multa e
até perda dos direitos.
Desta
forma, o Palmeiras enxergou quebra de contrato por Naima, que deixou o posto de
sócia-única ao vender, em 2015, 99% da empresa aos também empresários Mahmud
Ayesh e Marco Francisco Lopez Redondo. A mulher de Fábio Caran, agora
minoritária, permaneceu com 1%.
DoNoticiasaominuto
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