Brasil| TSE deve julgar chapa Dilma-Temer em 2017
O julgamento da ação que pede a cassação da chapa
de Dilma Rousseff e Michel Temer, eleita na disputa presidencial de 2014, deve
ocorrer apenas em 2017, disse ontem no Rio o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes. Caso a corte eleitoral decida pela
condenação, a Constituição prevê a realização de eleição indireta à sucessão de
Temer, que foi efetivado na Presidência após o impeachment de Dilma, no mês
passado.
O ministro evitou conjecturar se
uma eleição indireta para presidente pelo Congresso Nacional não traria mais
"perturbação" para o País. "Não vou dar opinião sobre esse
quadro institucional. O Brasil voltou a um quadro de normalidade. Estamos
respirando normalmente, tentando trazer o País para o caminho da
normalidade", disse.
De acordo com Mendes, a data do julgamento dependerá da conclusão
da fase de instrução, em que depõem as testemunhas de defesa e de acusação.
"Eu sei que o que preocupa é que se houver um juízo positivo de uma
eventual cassação ainda este ano, haveria eleições diretas. Do contrário,
eleições indiretas, como determina a Constituição. Mas o futuro a Deus
pertence. Vamos aguardar", afirmou o ministro.
Mendes classificou o processo como "peculiar".
"Primeiro é preciso julgar, para depois condenar. Não sabemos também se
haverá condenação. Temos um processo todo peculiar porque a figura central (a
ex-presidente Dilma Rousseff) saiu com o impeachment. Tudo isto dá uma nova
configuração ao processo, que terá de ser verificado", complementou.
Ontem, três testemunhas de acusação prestaram depoimento em uma
das quatro ações impetradas pelo PSDB que pede a cassação da chapa. Elas foram
ouvidas pelo ministro Herman Benjamin, corregedor do TSE no Tribunal Regional
Eleitoral do Rio (TRE-RJ), porque as testemunhas moram na cidade. Também estão
marcados depoimentos em São Paulo.
As testemunhas ouvidas foram o ex-gerente de Serviços da Petrobrás
Pedro Barusco, o engenheiro e lobista polonês Zwi Skornicki, ex-representante
no Brasil do estaleiro Keppel Fels, e o lobista Hamylton Pinheiro Padilha
Júnior, que atuava junto à Diretoria Internacional da Petrobrás. A ação tramita
em segredo de Justiça.
A defesa da ex-presidente Dilma nega irregularidades, mas defende
que, caso a Justiça Eleitoral considere a chapa culpada, Temer também deverá
ser responsabilizado. Já a defesa do presidente tenta separar
responsabilidades.
Do Noticiasaominuto
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