Política| Vazamento de citação a Toffoli em delação abre crise entre STF e MPF
Uma
crise foi instaurada entre a corte e o Ministério Público Federal (MPF), após o
vazamento de informações envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Dias Toffoli, na delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS,
um dos principais alvos da Operação Lava Jato.
Segundo
a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o ministro Gilmar Mendes
afirma que os magistrados podem estar encarando "algo mórbido que merece a
mais veemente resposta".
Além
de defender que seja investigada a hipótese de os próprios procuradores terem
vazado a citação a Toffoli, Mendes ainda faz críticas incisivas a algumas das
dez propostas de combate à corrupção elaboradas pelo MPF.
"Eles
estão defendendo até a validação de provas obtidas de forma ilícita, desde que
de boa-fé. O que isso significa? Que pode haver tortura feita de boa-fé para
obter confissão? E que ela deve ser validada?"
O
ministro ainda prossegue: "Já estamos nos avizinhando do terreno perigoso
de delírios totalitários. Me parece que [os procuradores da Lava Jato] estão
possuídos de um tipo de teoria absolutista de combate ao crime a qualquer
preço".
Sobre
a citação a Toffoli feita pela empreiteira, Gilmar Mendes diz: "Não é de
se excluir que isso esteja num contexto em que os próprios investigadores
tentam induzir os delatores a darem a resposta desejada ou almejada contra
pessoas que, no entendimento deles, estejam contrariando seus interesses".
Para
o magistrado, decisões de Toffoli que libertavam réus da Lava Jato e que
fatiavam as investigações "contrariaram [os procuradores] a tal ponto que
alguns deles chegaram a escrever um artigo na Folha [em 3 de julho]
achincalhando o ministro".
Do Noticiasaominuto
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