Política| Sob pressão, Renan marca reunião para discutir data de impeachment
Sob pressão do Palácio do Planalto, o presidente do Senado
Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu reunir nesta quarta-feira (3) os
líderes da Casa Legislativa para discutir o calendário da fase final julgamento
do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
O
encontro deve contar também com a participação do presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. O esforço do governo interino é
antecipar em uma semana a fase final, evitando que ele se estenda até setembro.
Com esse
objetivo, o presidente interino, Michel Temer, almoçou nesta terça-feira (2)
com o presidente do Senado Federal e com os senadores peemedebistas Romero Jucá
(RR) e Eunício Oliveira (CE). A reunião foi uma espécie de prévia para discutir
detalhes do encontro da quarta-feira (3).
Como antecipou
a Folha de S.Paulo, o Palácio do Planalto tem atuado para que o processo de
impeachment seja finalizado ainda em agosto.
No fim de
semana, o STF divulgou a previsão feita em um acordo entre Lewandowski e Renan
Calheiros para que a votação final comece em 29 de agosto.
A expectativa
é de que ela demore cerca de cinco dias. De acordo com a legislação, cabe ao
presidente do STF comandar o processo de impeachment a partir do momento em que
ele é aberto no Senado.
Para tentar
alterar a data, o governo interino começou a atuar junto à base aliada no
Senado Federal para que ela convença Renan a antecipar a fase de julgamento
para o início da quarta semana de agosto, por volta do dia 25, com sessões
também no fim de semana, o que viabilizaria que o processo fosse concluído
ainda em agosto.
A preocupação
do Palácio do Planalto é que a votação inviabilize a viagem de Temer para o
encontro do G-20, evento marcado para 4 e 5 de setembro, na China.
Na
segunda-feira (1º), o próprio ministro Blairo Maggi (Agricultura) reconheceu
que o processo pode atrapalhar a viagem programada.
"Nós
estávamos trabalhando com a possibilidade de terminar o processo político em
agosto. Eu conversei com o presidente interino, porque ele tem uma viagem do
G-20. Óbvio que se levar para setembro, acho que nem o presidente vai viajar
nem eu, até porque temos respeito ao rito", disse.
Além disso, o
Planalto teme que a extensão do processo possa atrapalhar a aprovação de pautas
pelo Congresso Nacional consideradas essenciais para a retomada do crescimento,
como o teto para os gastos públicos e a renegociação das dívidas estaduais.
O alongamento
do processo também gera apreensão com a possibilidade de retaliação por parte
do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A questão
reverberou na Comissão Especial do Impeachment nesta terça (2). Líder da
oposição, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), reclamou da interferência de
Temer na decisão sobre o início do julgamento final. "É uma interferência
indevida desse presidente interino e golpista. Ele não pode interferir assim
nesse processo", protestou.
A senadora
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também reclamou. "Como esse presidente
temporário quer chegar aqui e marcar a data? É uma atitude desrespeitosa para
com o Senado", disse.
Do Noticiasaominuto
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