Política| Segunda fase de votação do impeachment será nesta terça; entenda
A
segunda fase do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma
Rousseff, terá início nesta terça-feira (9) ás 9h no plenário do Senado. As
regras foram definidas entre senadores e o presidente do Supremo Tribunal
Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que vai presidir a sessão, aberta pelo
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
No
primeiro momento, o ministro responderá às questões de ordem que deverão ser
apresentadas em até cinco minutos apenas por senadores. Os parlamentares
contrários à questão de ordem também terão cinco minutos para se manifestar.
Feito isso, Lewandowski decidirá sobre as demandas apresentadas. Senadores não
poderão contestar.
O
passo seguinte é a leitura, num tempo de 30 minutos, de um resumo do parecer
elaborado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), o mesmo aprovado na
Comissão Especial do Impeachment na última quinta-feira (4). Depois cada um dos
81 senadores poderá discutir o relatório com tempo máximo de dez minutos. A
ordem será definida de acordo com a lista de inscrição aberta ainda na
madrugada desta segunda (8).
Já
na madrugada de quarta-feira (10) os autores da denúncia contra Dilma Rousseff
terão até 30 minutos para reforçar seus argumentos. Em seguida, pelo mesmo
tempo, será a vez de o advogado de defesa, José Eduardo Cardozo, subir à
tribuna do Senado para fazer as suas alegações.O site TERRA numerou o passo a
passo para facilitar o entendimento dos leitores. Entenda:
Votação
A
partir daí, os senadores começarão a se organizar para a votação. Já é dado
como certo que haverá pedido das bancadas que apoiam Dilma Rousseff para que a
votação da fase de pronúncia seja destacada. Assim, o painel de votação poderá
ser aberto cinco vezes, uma para um dos quatro decretos que ampliaram a
previsão de gastos no Orçamento sem a autorização do Congresso Nacional e outra
pelas chamadas pedaladas fiscais no Plano Safra, programa de empréstimo a
agricultores executado pelo Banco do Brasil.
Na
prática, a presidente afastada só se salvaria de um julgamento final e teria o
processo arquivado, podendo retomar o mandato, se fosse absolvida de todas as
acusações. Se fosse considerada inocente em um ou outro ponto, o julgamento
final seria realizado em clima mais leve e defensores da petista acreditam que
assim poderiam conseguir mais votos a favor dela.Antes da votação de cada um
dos crimes dos quais Dilma é acusada, será concedida a palavra, por até cinco
minutos, na fase de encaminhamento, para a manifestação de, no máximo, dois
oradores favoráveis e dois contrários às conclusões do parecer do relator.
Na
manhã de quarta-feira, ao final dos encaminhamentos, os senadores poderão
votar, por meio do painel eletrônico. Para tornar Dilma Rousseff ré e levá-la a
julgamento são necessários votos de metade mais um dos senadores presentes à
sessão (maioria simples). Desde que o processo chegou ao Senado, o presidente
da Casa, Renan Calheiros, disse que não pretende votar.
Julgamento final
Caso
o parecer não atinja o mínimo de votos necessários, o processo é arquivado e a
presidente afastada retoma o mandato. Mas, se tiver apoio da maioria simples
dos votos, a denúncia segue para julgamento final. A acusação terá até 48 horas
para apresentar o chamado "libelo acusatório" e um rol de seis
testemunhas.
Na
prática, o documento consolida as acusações e provas produzidas.Os autores da
denúncia, os juristas Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, já
adiantaram que entregarão o libelo acusatório em 24 horas.
A
defesa terá então 48 horas para apresentar uma resposta, a contrariedade ao
libelo, e também sua lista com seis testemunhas. José Eduardo Cardozo, advogado
de Dilma, já disse que usará todo o prazo.Todo o processo será encaminhado ao
presidente do Supremo que, respeitando um prazo mínimo de dez dias, poderá
marcar a data para o julgamento e intimar as partes e as testemunhas.
O
presidente do Senado defende o início da fase final no dia 25 de agosto e que o
julgamento, que pode durar até uma semana, não seja interrompido nem no fim de
semana. A data será fixada por Ricardo Lewandowski, somente após a fase de
pronúncia, se for o caso.
Embora
não tenha se manifestado oficialmente sobre o assunto, a previsão do ministro é
de que o julgamento comece no dia 29. Por enquanto, o magistrado já disse ao
presidente da Comissão do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), que não
pretende marcar sessões no fim de semana.
Senado
No
período, o Senado terá um esquema especial de acesso e funcionamento. A
visitação à Casa estará suspensa e a permanência nas dependências será
permitida apenas a servidores, à imprensa credenciada, a senadores, suplentes e
ex-senadores. Até mesmo servidores da Câmara dos Deputados, que usualmente
circulam no Senado, terão acesso bloqueado nos dois dias da sessão de
pronúncia.Os salões Negro, Nobre e Azul, além do plenário, estarão isolados,
com acesso controlado pela Polícia Legislativa.
Um
formulário foi enviado aos chefes de gabinete dos senadores para que eles
fizessem o credenciamento dos assessores autorizados a entrar no plenário
durante a sessão. Será concedida uma credencial para cada gabinete, assim como
uma para cada liderança partidária e uma para cada bloco partidário.
Do Noticiasaominuto
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