Política| Carta de Dilma a senadores deve cutucar Temer e reconhecer erros
A
presidente afastada Dilma Rousseff (PT) prepara uma carta para ser entregue aos
senadores. No documento, a petista pretende fazer críticas indiretas ao
presidente interino Michel Temer e se comprometer com o Senado a assegurar a
independência das investigações da Polícia Federal.
Além
disso, Dilma deve confirmar que, caso retorne ao cargo, não indicará para sua
equipe de governo condenados por corrupção. Os argumentos de Dilma cutucam o
fato de que dois ministros de Temer deixaram os cargos por críticas à Lava Jato.
A
reportagem da Folha de S. Paulo ouviu petistas e aliados, com os quais Dilma
conversou sobre a carta que enviará nesta semana aos senadores. A presidente
afastada também pretende defender o amplo direito de defesa e irá chamar de
"golpe" o seu afastamento.
Dilma
adiou a divulgação do documento e passou o final de semana revisando a carta. A
petista ainda pretende fazer ajustes de última hora nesta segunda (15).
O
texto da presidente afastada também expõe o reconhecimento de que a crise atual
é grave, no entanto, poderá ser superada apenas com alguém que tenha a
legitimidade do voto popular.
Enquanto
isso, o governo interino tem contado com recuos na área econômica e
dificuldades no Congresso. A equipe de Temer tem promovido uma ofensiva junto
ao setor empresarial com receio de perda de apoio na fase final do processo de
impeachment.
Ainda
de acordo com a publicação, petistas e aliados revelaram que a presidente
afastada pretende reconhecer que cometeu erros à frente do Planalto. Porém,
Dilma deve frisar que não praticou nenhuma ilegalidade, e prometerá medidas
para a retomada imediata do crescimento e a recuperação do emprego. Dilma deve
também se comprometer a ouvir previamente a sociedade.
A
petista também vai defender a convocação de um plebiscito para consultar a
população sobre uma nova eleição presidencial e sobre uma reforma política.
Dilma quer esclarecer que a prerrogativa é do Congresso, mas que endossará a
iniciativa.
O
texto da presidente afastada estava previsto para a semana passada, quando foi
votada a pronúncia no Senado. No entanto, Dilma adiou a divulgação e a carta
deve ser entregue nesta semana aos senadores. O processo final do impeachment
está marcado para o dia 25 de agosto, no Plenário.
Do Notíciasaominuto
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