Eleições 2016| Justiça Eleitoral institui Núcleo de Inteligência para atuar na fiscalização das contas de campanha
Para
as Eleições 2016, a Justiça Eleitoral instituiu o Núcleo de Inteligência que
irá atuar na identificação indícios de crimes eleitorais de qualquer natureza,
em especial, àqueles relacionados com o o financiamento das campanhas
eleitorais. O núcleo é formado por representantes do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), Ministério Público
Federal (MPF), da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União (TCU), da
Receita Federal do Brasil e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf).
De
acordo com Eron Pessoa, assessor-chefe da Assessoria de Exame de Contas
Eleitorais e Partidárias (Asepa), o TSE vai investir em dois eixos principais
para a fiscalização das campanhas: transparência do processo eleitoral e
intercâmbio de dados. “O TSE tem trabalhado em conjunto com outros órgãos de fiscalização na definição
das tipologias para a identificação de indícios durante o curso da campanha, de
maneira que as irregularidades identificadas possam ser compartilhadas com os
Juízes Eleitorais e com o Ministério Público Eleitoral para ações
específicas.”, disse.
O
assessor lembrou que essa é a primeira vez que as prestações de contas serão
divulgadas durante o curso da campanha, uma vez que as contas dos candidatos e
partidos políticos serão entregues [digitalmente] a cada 72 horas à Justiça
Eleitoral. “Pela primeira vez estaremos acompanhando desde o início da campanha
e não mais apenas após a entrega da prestação de contas que ocorria 30 dias
após a eleição. A divulgação do financiamento da campanha concomitante ao
pleito permitirá à sociedade brasileira acompanhar e fiscalizar a efetiva
campanha nas ruas com as receitas e despesas declaradas pelos candidatos, até
mesmo, os próprios candidatos entre si podem exercer a fiscalização”, explicou.
Convênios
Os
convênios firmados pelo TSE com órgãos da Administração Pública são comuns e
fazem parte da rotina dos trabalhos do tribunal.
De
acordo com Thiago Bergmann, da Asepa, o convênio com a Receita Federal já
existe desde as eleições de 2002. “Além da emissão do CNPJs dos candidatos, a
partir do recebimento do pedido de registro de candidatura encaminhado pela
Justiça Eleitoral, é possível, por meio da análise da base de dados de CPF e
CNPJ, verificar a situação de cadastro, se tem uma pessoa com CPF baixado ou
irregular, ou mesmo identificar uma empresa fantasma ou CNPJ inexistente”,
explicou.
Já
por meio de convênio firmado com o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), a Justiça Eleitoral receberá os relatórios de inteligência
financeira com situações de movimentações atípicas que tenham relação com
questões eleitorais, para serem tratadas na prestação de contas.
A
partir das informações de prestações de contas, foram definidos uma série de
batimentos, buscando indícios de situações irregulares por meio de tipologias
definidas pelo Núcleo de Inteligência. Por meio do convênio com o TCU, o TSE
irá informar os dados de prestação de contas a partir dessas regras que foram
definidas em conjunto, o TCU fará o batimento e enviará um relatório à Justiça
Eleitoral para ser utilizado nas análises das prestações de contas”, explicou.
O
núcleo de inteligência conta ainda com a expertise de investigação da Polícia
Federal na definição das tipologias dos possíveis ilícitos no financiamentos
das campanhas, que irão subsidiar os batimentos de dados entre as instituições
conveniadas.
Do TRE
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