Economia| Ministério da Saúde deve R$ 3,5 bi a Estados e municípios
Às
vésperas da votação da Proposta de Emenda Constitucional 241, que fixa regras
para os gastos federais, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou no
Palácio do Planalto um relatório que aponta uma dívida da pasta de R$ 3,5
bilhões desde 2012 com Estados e municípios.
Esse
valor resulta de compromissos firmados pelo ministério com secretarias
municipais e estaduais para expansão de atendimento de tratamento de câncer,
ampliação de leitos de UTI, instalação de Unidades de Pronto Atendimento e
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que não foram honrados entre
2012 e este ano.
Isso
significa que, ao se firmar um pacto para ampliação de serviços, o ministério
se comprometeu a enviar recursos para as unidades, mas não cumpriu.
Ao
mostrar os dados ontem durante uma reunião, o ministro teria argumentado sobre
a necessidade de que os valores da dívida fossem levados em consideração no
momento de se fazer o cálculo sobre a verba a ser destinada para a pasta no
próximo ano.
O
ministro teria alertado ainda da necessidade de se providenciar recursos para
honrar as dívidas deste ano.
O
ministro afirmou que o déficit seria suficiente para custear 2.698 serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com material divulgado pela pasta, o
maior impacto da dívida recai sobre as prefeituras. Elas deixaram de receber R$
1,96 bilhão por ano durante o período, o equivalente a 61% da dívida.
Os
Estados deixaram de receber R$ 1,23 bilhão. Outros R$ 301 milhões se referem a
planos de expansão em radioterapia e hospitais em fase final de construção.
UPAs
Os
dados são apresentados também em um momento em que Barros inicia uma cruzada
para - a pedido de secretarias estaduais e municipais de saúde - mudar as
regras da contratação das UPAs.
Ele
tem aproveitado todas as oportunidades para apresentar números que mostram
haver um número significativo de Unidades de Pronto Atendimento prontas, com
equipamentos, mas que não funcionam em virtude de prefeituras não terem
recursos para fazer a contrapartida do atendimento.
Há
ainda casos de UPAs que estão construídas, mas que não funcionam por não ter
equipamentos. Em uma reunião realizada semana passada no Conselho Nacional de
Saúde, o ministro disse ter havido um exagero na construção dessas unidades.
Municípios
aceitaram o financiamento para construção, mas não pensaram que, em outra
etapa, teriam de alocar verbas próprias para fazer a unidade entrar em
funcionamento.
Neste
momento, há uma pressão de conselhos de secretários estaduais e municipais de
saúde para que as regras de funcionamento das UPAs sejam alteradas. Uma das
propostas feitas por Barros é de que contratos sejam revistos caso a caso e a
destinação dos prédios seja acertada entre os governos.
Da Exame
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