Economia| Beneficiários do 'Minha casa' podem conseguir financiamento na Caixa
A
Caixa Econômica Federal estuda oferecer microcrédito aos beneficiários mais
carentes do Minha Casa Minha Vida para auxiliá-los a abrir seus próprios
negócios. A linha só ficará disponível para quem mantém em dia as prestações da
casa própria, algo em torno de 800 mil famílias.
A
ideia é que os empréstimos sejam usados para estimular o empreendedorismo entre
contemplados da faixa 1 do programa de habitação popular - famílias que ganham
até R$ 1,8 mil ao mês. Para essa faixa, o governo chega a bancar mais de 90% do
valor do imóvel. Desde 2009, quando o programa foi criado, foram contratadas
1,754 milhão de casas na faixa 1, e pouco mais de 1 milhão foram entregues.
Por
causa do preço do terreno, principalmente nas grandes cidades, os condomínios
direcionados à faixa 1 geralmente ficam afastados dos centros urbanos. Além
disso, os empreendimentos do Minha Casa são planejados sem a destinação de
áreas para comércio e prestação de outros serviços. Muitas famílias que se
mudam para esses condomínios aproveitam a demanda para abrir negócios próprios
e o principal desafio é conseguir empréstimos diante das exigências bancárias.
"O
sistema de crédito para microempreendedores no Brasil é desastroso",
critica o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. "Essa linha seria
muito bem-vinda porque há escassez de crédito para a produção."
O
aumento do desemprego tem promovido incremento no número de brasileiros que se
transformam em microempreendedores individuais (MEIs), hoje em torno de 6
milhões. Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita no
Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade
(IBQP), o empreendedorismo por necessidade subiu de 29% para 44% de 2014 para
2015.
Já
o número de brasileiros que abriram empresa por identificar uma oportunidade e
não por necessidade teve queda em relação aos últimos anos e voltou ao patamar
de 2007. Hoje, quatro em cada dez brasileiros adultos estão envolvidos com a
criação de uma empresa.
Para
Afif, a linha de crédito só deslanchará se o banco não colocar muita burocracia
para liberar empréstimos e partir do próprio cadastro positivo de bons
pagadores do programa de habitação. Ele afirma que, dessa vez, o governo do
presidente em exercício Michel Temer acerta em apostar no crédito para
produção, em vez de linhas direcionadas ao consumo.
Minha Casa Melhor
A
tentativa de oferecer crédito para consumo aos beneficiários do Minha Casa não
deu certo. Seguindo recomendação do governo da presidente afastada Dilma
Rousseff, às vésperas da campanha à reeleição, a Caixa lançou o Minha Casa
Melhor, linha de financiamento de até R$ 5 mil para compra de móveis e
eletrodomésticos com condições especiais.
A
inadimplência do programa, rejeitado pela equipe técnica do banco, sempre girou
em torno de 35%, enquanto o calote de linhas similares na rede bancária é de
10%. Segundo a Controladoria-Geral da União, o Minha Casa Melhor deu prejuízo
aos cofres públicos.
A
proposta agora, afirmam fontes da Caixa, é diferente porque o empréstimo deverá
ser usado obrigatoriamente para financiar produção e não consumo e deve estar
atrelado à formalização dos negócios.
Do Noticiasaominuto
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