Brasil| O gatilho para novos impostos é um crescimento do PIB abaixo de 2% em 2017
A
equipe econômica decidirá sobre a necessidade de aumentar impostos de acordo
com as projeções do PIB para 2017. Se o percentual estiver igual ou superior a
um crescimento de 2%, não será preciso cobrar mais taxas dos contribuintes
brasileiros.
Se
o percentual projetado para o ano que vem ficar abaixo de 2%, será preciso
identificar (ou escolher) alguma taxa a ser majorada para produzir as receitas
necessárias. Só assim poderá ser cumprida a meta fiscal, que fixou um déficit
primário máximo de R$ 139 bilhões em 2017.
A
decisão será tomada ao longo deste mês. É que o governo está obrigado
legalmente a enviar ao Congresso até 31 de agosto o Projeto de Lei Orçamentária
Anual para 2017 (eis como foi a de 2016). A proposta deve listar todas as
despesas e receitas, incluindo a fonte do dinheiro.
O
ministro Henrique Meirelles (Fazenda) tem informado ao presidente interino,
Michel Temer, sobre o que pode acontecer. “O consenso por enquanto é que
teremos um crescimento de 1,2% do PIB no ano que vem. Mas há quem fale em até
2%. Outro aspecto é verificar como se comporta a arrecadação de impostos nas
próximas semanas. Vamos ter de avaliar tudo bem de perto neste mês para tomar a
melhor decisão até 31 de agosto'', afirma o ministro, segundo apurou o Blog.
No
Palácio do Planalto existe uma rejeição a falar agora em aumento de impostos.
Não que essa hipótese esteja descartada. Mas o presidente interino, Michel
Temer, prefere esperar a votação definitiva do impeachment de Dilma Rousseff
–no final de agosto ou início de setembro. Depois, tem de trabalhar para o
Congresso aprovar a proposta de emenda constitucional que limita o aumento dos
gastos públicos –o que deve ocorrer só no final do ano.
Depois
de vencidas as disputas congressuais, bem no final de 2016, o Palácio do
Planalto acha que haveria espaço para propor algum tipo de aumento de imposto.
Seria algo como um voto de confiança após a apresentação do resultado nos
primeiros meses de governo.
Há
um certo antagonismo entre essa abordagem pretendida pelo Planalto e o que
deseja Henrique Meirelles. Na prática, o governo está pensando mais em fazer
uma aposta (que tudo vai melhorar na economia). O ministro da Fazenda tem um
pensamento mais cartesiano: se em agosto não houver sinais claros de
recuperação da arrecadação, é melhor dizer de uma vez que será necessário mais
impostos.
No
final, quem vai arbitrar é Michel Temer. Até agora, o peemedebista sempre se
posicionou a favor de seu ministro da Fazenda.
Do Blog do Fernando Rodrigues
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