Brasil| Hospital dá emprego a aluno de enfermagem que mora na rua
Um
hospital particular de São Paulo contratou um estudante de enfermagem que passa
por sérias dificuldades e está vivendo em situação de rua há 5 meses.
O
baiano Alderico Ferreira de Jesus, de 57 anos, cola grau no próximo dia 28 e
começa a trabalhar na semana que vem.
A
contratação aconteceu depois de uma reportagem do UOL, contanto o drama de
Alderico.
O
caso foi postado nas redes sociais do padre e militante de direitos humanos
Júlio Lancelotti e propostas de seleção para vagas começaram a aparecer.
Em
uma delas, foi chamado para conversar no hospital de alta complexidade Igesp,
da rede privada.
Presidente
do hospital onde Alderico vai trabalhar, o médico Julio César de Machado Lobato
contou que o estudante começa na semana que vem, em área administrativa, até
estar apto, perante a lei, a exercer a enfermagem – só então ele poderá
participar de seleção para esse tipo de vaga.
“Vimos
a oportunidade de introduzir socialmente um cidadão. Quando a pessoa vai para a
rua, a principal coisa que ela perde é a dignidade – e com o Alderico vimos que
era possível fazer essa conquista de volta”, justificou.
Lobato
disse que lamenta a falta de oportunidades, mesmo no meio empresarial, a
pessoas em situação de vulnerabilidade como Alderico.
“Infelizmente,
no nosso país, não se dão muitas oportunidades a essas pessoas; seria nossa
chance de conseguir uma ‘medalha de ouro’ por outros méritos. No caso dele, nos
chamou a atenção que era alguém disposto a entrar na área da saúde sem
oportunidade alguma – só pela luta dele até aqui, já é um vencedor. Ele tem que
ter uma chance”, disse Lobato.
E
concluiu: “Para o nosso hospital, ter o Alderico vai ser um ganho, como vai ser
para ele. Como ser humano, é a oportunidade também que a gente tem de botar o
pé no chão e olhar para quem está embaixo – muita gente na rua só precisa de
uma oportunidade, mas o preconceito, infelizmente, ainda é muito grande.”
História
Alderico
conseguiu vaga em universidade privada, há cinco anos, graças ao Fies (Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).
Durante
o curso ele trabalhava em uma entidade filantrópica como agente de acolhida e
encaminhamento de pessoas em situação de rua a serviços públicos, mas foi
demitido após sete anos de trabalho.
A
demissão aconteceu cinco meses do fim da faculdade. Quando o dinheiro acabou
ele continuava sem emprego e foi despejado da casa onde morava, no extremo
leste de São Paulo.
“Um
emprego era tudo do que eu precisava; de repente eu estava em uma situação
ruim, e agora me vejo mais seguro e preparado para a vida. Até minha autoestima
subiu um pouquinho”, contou.
Do SóNoticiasBoas
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